Presidente russo anunciou o novo tipo de mísseis que não pode ser interceptado pela defesa.
Os militares russos continuam a desenvolver tecnologias mais avançadas, como o míssil Oreshnik, com o objetivo de potencializar a força bélica. O Oreshnik é um dos muitos projetos de míssil hipersônico em desenvolvimento na Rússia, mostrando o compromisso do país em melhorar sua capacidade de resposta militar.
Com o lançamento do Oreshnik e outros projetos similares, a Rússia busca demonstrar sua capacidade de derrubar objetivos em alta velocidade, com o uso de artefatos de guerra extremamente potentes. Acredita-se que esses novos artefatos possam ajudar a mudar o curso de futuras ações militares, com uma maior capacidade de resposta rápida e eficaz, tornando-os uma ameaça ainda maior para os países que possuem tecnologia defensiva avançada.
Artefatos de mísseis russos: que novo sistema foi testado?
Imagens divulgadas pelo vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medevedev, um ex-presidente do país e aliado de Vladimir Putin, mostram o lançamento do míssil hipersônico Oreshnik, utilizado contra a Ucrânia pela primeira vez na quinta-feira. A fábrica de mísseis de Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, foi atingida. Putin afirmou que o disparo foi um teste em condições de combate, o que significa que o projétil ainda está em fase de desenvolvimento. O míssil balístico de alcance médio pode atingir alvos em uma distância de 3.000 a 5.500 km. Cerca de 1.000 km separam a região russa de Astrakhan, de onde o míssil foi disparado, segundo Kiev, e a fábrica de mísseis Pivdenmach em Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, que foi atingida.
Missões de mísseis: uma ameaça aos EUA e à Europa
‘Oreshnik’ não se enquadra na categoria de mísseis intercontinentais (que podem atingir alvos a mais de 5.500 km), mas, se disparado a partir do extremo leste russo, poderia atingir a costa oeste dos Estados Unidos. O míssil pode ameaçar quase toda a Europa, afirmou Pavel Podvig, pesquisador do Instituto das Nações Unidas para Pesquisa sobre Desarmamento (Unidir) em Genebra. A Rússia e os Estados Unidos mantinham a proibição de colocar em serviço esse tipo de míssil, em virtude do tratado sobre forças nucleares de alcance intermediário, assinado durante a Guerra Fria, em 1987. Mas, em 2019, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou Washington do pacto, acusando Moscou de violá-lo e abrindo caminho para uma nova corrida armamentista.
Artefatos de mísseis equipados com cargas de manobra
‘Oreshnik’ também estaria equipado com cargas de manobra no ar, o que aumentaria ainda mais a dificuldade de interceptação. Os sistemas de defesa aérea atualmente disponíveis no mundo e os sistemas de defesa antimísseis criados pelos americanos na Europa não interceptam esses mísseis, disse Putin, sem fornecer mais detalhes. Um vídeo do disparo russo, divulgado nas redes sociais, mostrou seis potentes clarões sucessivos que caíram do céu no momento do ataque. Segundo os especialistas, isso demonstra que o míssil transportava pelo menos seis cargas. Essa entrada múltipla consiste em equipar um míssil com várias ogivas, nucleares ou convencionais, que seguem, cada uma, uma trajetória independente quando entram na atmosfera.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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