Taxas do Tesouro Direto refletem expectativas do mercado sobre Selic e inflação futura, considerando taxa básica de juros, política fiscal do governo e risco do país.
O Tesouro Direto é uma opção de investimento que oferece rentabilidade atraente, especialmente em momentos de volatilidade econômica. Os títulos prefixados do Tesouro Direto podem oferecer juros superiores a 12% ao ano, tornando-se uma opção interessante para investidores que buscam uma rentabilidade mais estável.
No entanto, é importante notar que as taxas do Tesouro IPCA+ também podem ser uma boa opção, oferecendo uma rentabilidade real superior a 6%. Além disso, os Títulos do Tesouro são emitidos pelo Tesouro Nacional, que é responsável por gerenciar a dívida pública do país. Em momentos de alta volatilidade, o Tesouro Nacional pode retirar do mercado as opções prefixadas e atreladas à inflação, o que pode afetar a rentabilidade dos investimentos. É fundamental estar atento às mudanças no mercado e ajustar a estratégia de investimento de acordo. A diversificação é fundamental para minimizar os riscos.
Entendendo o Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um investimento que oferece taxas reais atraentes, mas o que influencia esses movimentos? De acordo com Diana Borges, professora de Finanças da USP, no início do ano, o IPCA+ oferecia taxas reais em torno de 5,5%. No entanto, chegou a pagar 6,60%, uma taxa altíssima para o Tesouro Direto. Isso ocorre porque a inflação caiu, mas a Selic não acompanhou a queda na mesma proporção.
A taxa básica de juros da economia brasileira está menor do que no início do ano, mas a diferença entre ela e a taxa de inflação aumentou. Os três indexadores do Tesouro Direto (IPCA+, prefixado e pós-fixados) tendem a estar equivalentes no momento em que são oferecidos. Se a Selic está alta e a inflação baixou muito, as taxas prefixadas ficam exageradamente altas.
Expectativas do Mercado e Taxas do Tesouro Direto
As taxas oferecidas no Tesouro Direto têm relação com as expectativas do mercado sobre a Selic e a inflação no futuro. O prefixado reflete em parte a expectativa do mercado para a inflação, e havia uma inflação esperada, que mudou por conta dos últimos acontecimentos do cenário. Se o mercado espera uma inflação mais alta, a rentabilidade do prefixado tende a subir para compensar perda do poder de compra.
Já a taxa predeterminada do Tesouro IPCA+ é muito influenciada pela expectativa de inflação e de Selic no futuro. Se a inflação esperada aumenta, a taxa do IPCA+ tende a subir, uma coisa é ligada à outra. Da mesma forma, se a expectativa de Selic cai, a taxa do IPCA+ também tende a cair, ainda que não na mesma proporção.
Risco País e Política Fiscal
As taxas oferecidas pelo Tesouro Direto são influenciadas pelo risco país. Se há uma percepção de maior risco de crédito, o investidor passa a exigir uma taxa mais alta do Tesouro. A oferta e demanda pelos títulos também causa oscilações nas taxas, assim como a política fiscal do governo. A saúde fiscal vai impactar diretamente a expectativa dos investidores e pode gerar preocupações sobre a capacidade do governo honrar suas dívidas no futuro.
Preços e Taxas do Tesouro Direto
Como os preços e as taxas são inversamente proporcionais, quando as taxas disparam, é uma boa notícia para novos investidores, que aproveitam a oportunidade para comprar novos títulos a taxas atrativas. Enquanto os clientes que já compraram os papéis, ao fazer o resgate antecipado, precisa ponderar o preço do papel, que está em queda. Mas essa perda só acontece se o resgate for feito imediatamente, no caso de um título que já está comprado há alguns anos, que agora sofre com alta das taxas. Se o investidor faz o resgate antecipado no momento de alta dos juros, o retorno acumulado durante esse tempo não é perdido. O ganho acordado no momento da compra, no entanto, só é realizado se levar o papel até o vencimento.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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