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Em 2023, novas regras impulsionaram a retomada do mercado imobiliário brasileiro, com destaque para programas de habitação do Plano Diretor.
O mercado imobiliário brasileiro viu em 2023 um período de crescimento significativo. Apesar dos desafios como os juros elevados, houve um aumento expressivo nas vendas, impulsionado por mudanças no Plano Diretor, perspectiva de redução da Selic e iniciativas de moradia social. O setor imobiliário mostrou-se resiliente e adaptável diante das adversidades, demonstrando sua importância para a economia do país.
As perspectivas para o mercado imobiliário seguem otimistas, com previsões de mais investimentos e inovações. A valorização dos imóveis e a demanda por novos empreendimentos continuam em alta, indicando um cenário promissor para o setor imobiliário nos próximos anos. A diversificação de produtos e a busca por soluções sustentáveis são tendências que devem impulsionar ainda mais o crescimento do mercado imobiliário no Brasil.
O mercado imobiliário em momento de retomada
Para Rodrigo Luna, Presidente do Secovi-SP e Presidente do conselho administrativo da Plano&Plano, os bons resultados são uma prova de resiliência do setor. O Prêmio Top Imobiliário consagra as maiores empresas do setor no último ano. Depois da pandemia, as famílias precisavam encontrar formas de obter crédito imobiliário para adquirir a casa própria. Os segmentos de classe média e alta renda têm encontrado desafios por conta dos juros altos, que tornam o crédito mais caro e seletivo. Também temos o Plano Diretor, que apesar dos avanços, ainda é restritivo e precisa de melhorias, como enumerou o executivo.
Em meados de 2023, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o texto substitutivo do Plano Diretor Estratégico da capital paulista. Entre as novidades, estão a permissão para construção de prédios residenciais mais altos a até 700 metros de estações de trem e metrô, a garantia de uma vaga de garagem para apartamentos de pelo menos 60 m² e outros incentivos para o desenvolvimento de empreendimentos em áreas centrais da cidade.
Durante participação no Top Imobiliário, premiação promovida pelo Estadão e pela Embraesp que consagra as companhias do setor que mais se destacaram no último, Rodrigo afirma que as mudanças não são o suficiente para atender as necessidades da população. ‘Nos últimos 50 anos, São Paulo se espalhou e vimos diminuir a densidade nos centros onde existe infraestrutura. Hoje, as pessoas de menor poder aquisitivo moram longe dos principais pontos de lazer, escolas, universidades e parques. Por isso, precisam se deslocar diariamente para onde estão essas ferramentas urbanas’, comenta.
Para lidar com os aspectos sociais, ambientais e econômicos deste espalhamento de pessoas, ele defende o espalhamento dos investimentos. ‘A medida que você centraliza o Plano Diretor, você restringe a construção nessas áreas mais centrais e elas ficam mais caras e escassas, o que torna os imóveis mais caros e apertam o bolso das famílias. Quando isso acontece, poucos são beneficiados’.
Em contrapartida, Luna destaca que a participação do governo no desenvolvimento ou aprimoramento de iniciativas como o Minha Casa, Minha Vida e o Programa Pode Entrar, em São Paulo, são estímulos que aumentam a capacidade das famílias de adquirir a casa própria. ‘O segmento econômico vem performando bem, respondendo ao tamanho do déficit habitacional e mostra o quanto ainda falta para atender esta demanda’, analisa. De fato, o Minha Casa, Minha Vida é o grande protagonista do mercado imobiliário brasileiro no momento. Apenas na cidade de São Paulo, foram lançados 36,8 mil imóveis econômicos em 2023, enquanto 36,4 mil se enquadram em outros mercados. Ao passo que produtos de baixa renda cresceram 17%, os de médio, alto e altíssimo padrão caíram 18%, segundo dados do Anuário do Secovi-SP.
Fonte: © Estadão Imóveis
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