A decepção com o pacote fiscal é justificável devido à morosidade, erro de incluir isenção de IR e impacto insuficiente, que não salvam o arcabouço fiscal em 2025, criando um clima de decepção e desídia.
Diante da demora excessiva para o lançamento do pacote fiscal, a reação do mercado financeiro brasileiro foi esperada, à medida que o governo brasileiro finalmente apresentou sua proposta no fim de novembro, muito tempo após o esperado. O impacto insuficiente da medida para equilibrar as contas do governo gerou, assim, um clima de decepção entre os investidores.
A demora para aprovar o pacote na Câmara e no Senado, responsáveis pela administração legislativa do país, tem sido questionada, e acreditamos que só o governo tem a resposta definitiva para essa pergunta. Além disso, a expectativa é de que a executiva tome medidas para garantir a viabilidade do pacote, já que é responsável por tomar decisões urgentes, como a de aprovar leis. O poder legislativo está nos focos da mídia, e essa é a ocasião certa para os representantes do povo brasileiro darem um exemplo de administração eficaz, e não de _inoperância política_.
Desafios Estratégicos do Governo
A falta de senso de urgência do governo em anunciar o pacote econômico foi um erro crasso, segundo Solange Srour, diretora de macroeconomia para o Brasil no UBS Global Wealth Management. Ela afirma que, após o anúncio, o pacote veio desidratado, sem a força necessária para gerar impacto.
Pacote Econômico: Uma Análise Crítica
O governo demorou muito tempo para anunciar as medidas, o que gerou uma clima-de-decepção no mercado. A economista destaca que o governo não entendeu bem o que o mercado precisa para se recuperar da crise econômica. A falta de senso de urgência foi o principal problema, pois o mercado estava ansioso para entender a regra fiscal e como ele seria aplicado.
Impacto Insuficiente
As medidas anunciadas não vão gerar economia e podem obrigar o governo a criar um pacote muito maior do que o anunciado. O erro estratégico de incluir a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil acabou tirando o impacto do que seria a economia prometida, de R$ 70 bilhões em dois anos.
Executivo e Administração: Um Caso de Morosidade
A administração do governo ainda está correndo contra o tempo para tentar aprovar as medidas num Congresso hostil, evidenciando uma falta de estratégia clara. A reação do Banco Central de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual foi correta, sinalizando que vai agir duro para controlar a desancoragem da inflação.
Desidratado e sem Senso de Urgência
A economista afirma que o governo ainda não entendeu a gravidade da situação e que as medidas anunciadas não são suficientes para salvar o arcabouço em 2025. O impacto dos R$ 70 bilhões anunciados não correspondem a corte de despesas; no máximo a 60% delas. A limitação do salário-mínimo ao teto de gastos foi na direção correta, mas tinha de ser num limite menor que 2,5%.
Reação do Poder Executivo
A reação do Banco Central de aumentar a taxa Selic em um ponto percentual e sinalizar que vai aumentar mais dois pontos percentuais nas duas próximas reuniões foi correta, segundo Solange Srour. A economista afirma que a medida foi necessária para controlar a desancoragem da inflação e evitar que o mercado perca a confiança no poder executivo.
Fonte: @ NEO FEED
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