Ídolo do futebol, indomável do touro, vida precoce marcada por gols e brigas, morte em Copacabana aos 35 anos, processos criminiais e histórias de covardia e impunidade.
A morte é um evento inevitável na vida de todos, mas quando se trata de figuras públicas, como o futebolista Almir Pernambuquinho, a perda é sentida de forma mais intensa. Com uma carreira marcada por conquistas e desafios, ele passou a vida inteira em busca do sucesso, mas não escapou da morte, que o alcançou prematuramente ao subir no Rio Claro, em 1972, aos 24 anos de idade, em uma morte precoce.
Almir Pernambuquinho era conhecido por seu temperamento forte e sua capacidade de liderança no campo de futebol. Ele era um jogador valente, que não se recusava a correr riscos, mas também era alguém que lutava contra homicídio de atrocidades, defendendo sua família e amigos de qualquer forma, inclusive através de brigas e discussões. A morte de Almir foi um choque para a comunidade esportiva e para todos aqueles que o conheciam. Ele ainda é lembrado como um dos melhores jogadores do pelo clube que jogou, o Santa Cruz, e sua morte prematura é um lembrete da fragilidade da vida e da importância de aproveitar cada momento.
Almir Moraes Albuquerque: um ídolo de futebol e vida
Almir Moraes Albuquerque, um homem de personalidades em conflito até a sua morte prematura, aos 35 anos, num bar em Copacabana. Ele desapareceu cedo de cena, no meio de um roteiro romântico e policial que tanto gostava de assistir no cinema, preferencialmente com o seu ídolo, Steve McQueen. ‘Com a cabeça orientada para o Leme, os pés para Ipanema e o corpo paralelo às portas do Bar Rio Jerez’, assim era descrito no laudo de morte de Almir, em 6 de fevereiro de 1973.
A história de Almir transcende o futebol, envolvendo bravura, idolatria, parcerias históricas e também boemia, homofobia, covardia e impunidade nos dias finais. Ele era conhecido como o ‘Touro Indomável’, uma referência ao filme de 1980 sobre o boxeador Jake LaMotta, vivenciado por Robert De Niro, que foi do topo do esporte à lona na vida. Seu filho, Almirzito, é um pastor em Praia Grande (SP) e fã de cinema, como o pai.
Almirzito sempre achou que o título ‘touro indomável’ se aplicava também ao seu pai, devido ao seu gênio forte. Ele é filho de Maria de Lourdes, que foi casada por sete anos com Almir e, atualmente, é pastora evangélica em São Paulo. A família guarda fotos, jornais, contratos e cartas da vida de Almir, preservando sua história. Ele deu depoimentos marcantes para o jornal Pasquim e, principalmente, para a revista Placar.
O processo criminal que investigou a morte de Almir foi concluído em 2007. A reportagem do ge entrevistou familiares, ex-jogadores e consultou cerca de 1 mil páginas dos arquivos do judiciário carioca para mergulhar na vida e na trágica morte, há quase 52 anos, do jogador revelado pelo Sport que foi ídolo do Vasco e do Flamengo e protagonista do bicampeonato mundial do Santos, com a 10 de Pelé, no Maracanã, em 1963.
Os processos na Justiça trazem depoimentos de oito testemunhas que estavam no local do assassinato de Almir, incluindo o comerciante Alberto Russo, um fã que virou amigo do Pernambuquinho e levou um dos tiros fatais naquela noite na antiga Galeria Alasca. Os documentos ainda trazem informações sobre os processos criminais que investigaram a morte de Almir e outras histórias de homofobia, covardia e impunidade nos dias finais.
Os detalhes inéditos sobre o processo criminal são revelados em uma reportagem especial em vídeo, disponível no início deste texto. Almir Moraes Albuquerque, um homem de vida intensa e com muitas histórias para contar, deixou uma marca indelével no futebol e na sociedade brasileira.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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