Alternativas corrigidas em Ensino Médio. Quatro aceitáveis. Procedimento metalinguístico. Violência narrada nos discos dos Racionais Nacional. Experiências em nossa sociedade. Que estrutura.
É sempre intrigante observar como corretor de provas de exame consegue identificar rapidamente a alternativa certa, no entanto, a explicação sobre por que as outras opções estão erradas é frequentemente omitida. O procedimento metalinguístico de avaliação é complexo e não é comum que os corretor de provas sejam capazes de fornecer explicações detalhadas. No entanto, quando o próprio Racionais MCs recebe o título de Doutor Honoris Causa na Universidade de Campinas (Unicamp), em 2023, é um momento de reflexão sobre a importância de se questionar e discutir as próprias suposições.
É sempre intrigante observar como o exame Nacional do Ensino Médio visa avaliar não apenas a compreensão das matérias, mas também a capacidade de argumentar e justificar as próprias respostas. No entanto, a falta de discussão sobre por que as alternativas erradas são, na verdade, erradas, pode se tornar um obstáculo para o desenvolvimento de pensamento crítico. A Universidade de Campinas, um dos principais centros de ensino superior do país, reconheceu o trabalho de Racionais MCs com o título Doutor Honoris Causa e é hora de refletir sobre o papel do exame na formação do pensamento metalinguístico.
Decifrar o Exame Nacional do Ensino Médio
A premissa genérica do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) desafia a interpretação das experiências narradas nos discos dos Racionais, apontando para a violência como estruturação de nossa sociedade. Admitamos essa premissa, como primeiro passo para uma análise mais aprofundada.
A questão do Enem refere-se ao trecho da música ‘Capítulo 4, Versículo 3’, que começa com a frase ‘minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição’ e segue até ‘astral imprevisível, como um ataque cardíaco do verso’. A alternativa correta, embora considerada exagerada, afirma que a tematização da violência acontece como um procedimento metalinguístico, que concebe a palavra como uma forma de combate e insubordinação. Essa afirmação é correta, mas o procedimento metalinguístico – a palavra falando dela mesma – ocorre apenas no primeiro verso e no último.
A tematização da violência também acontece na referência a termos bélicos, que sinaliza uma crítica social à opressão da população nas periferias. Essa alternativa está correta porque a palavra ‘sinaliza’ não significa uma referência direta, mas indica, sugere, dá a entender. O enunciado seria melhor se, ao invés de ‘sinaliza’, fosse usado um termo direto, definitivo, categórico, como ‘faz’ ou ‘realiza’.
Além disso, a tematização da violência acontece nas definições ambíguas do enunciador, que inverte e relativiza as representações de maldade e bondade. O enunciador, que é a voz poética, cria sim ambiguidades ao inverter e relativizar, ou seja, ao reconsiderar, repensar, reavaliar as representações de maldade e bondade. Isso é evidente na passagem citada, que faz basicamente o que tornaria a alternativa errada: relativiza e inverte.
A resistência e a dicotomia também são mencionadas na questão, sugerindo a possibilidade de resistência para além da dicotomia entre vida e morte. Sim, o trecho citado tematiza sim a violência ao sugerir a possibilidade de transcender, de ir além da vida e da morte. ‘Sugere’, não afirma definitivamente, ou seja, abre a possibilidade da resistência e da superação da dicotomia.
A Universidade de Campinas (Unicamp), onde os Racionais MC’s receberam o título de ‘Doutor Honoris Causa’, pode servir como um exemplo de resistência e superação da violência e da opressão. A Unicamp, por sua vez, pode ser vista como um símbolo de resistência e superação, onde a violência e a opressão são tematizadas e superadas através da palavra, da música e da arte. O procedimento metalinguístico da palavra falando dela mesma é evidente na forma como a Unicamp aborda e supera a violência e a opressão, criando um espaço de resistência e superação.
A Unicamp também pode ser vista como um exemplo de como a violência e a opressão podem ser tematizadas e superadas através da palavra e da arte. A construção de uma sociedade mais justa e igualitária é um objetivo que pode ser alcançado através da superação da violência e da opressão, e a Unicamp pode ser vista como um exemplo de como isso pode ser feito.
A referência a termos bélicos e a dicotomia entre vida e morte são também mencionados na questão, sugerindo a possibilidade de resistência para além da dicotomia. A Unicamp pode ser vista como um exemplo de resistência e superação da violência e da opressão, onde a palavra e a arte são utilizadas como ferramentas para superar a dicotomia e criar um espaço de resistência e superação.
Fonte: @ Terra
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