O ministro da Fazenda cancela sua viagem à Europa para tratar de corte de gastos e a moeda americana está cotada a R$ 5,783, seu maior nível em quase quatro anos e meio.
O dólar apresentou uma reação negativa no mercado de câmbio, tendo em vista o contexto político atual, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelando a participação do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em uma reunião internacional. Posteriormente, a especulação financeira apontou que este cancelamento se deveu à necessidade de discutir cortes de gastos dentro do governo, o que aumentou a expectativa de medidas de ajuste fiscal, reforçando a tendência do dólar em queda.
Com o cenário econômico em constante fluxo, a reação do mercado de câmbio foi compreensível, tendo em vista que a política fiscal do governo tem um impacto significativo nas taxas de juros e, consequentemente, no valor do dólar. A expectativa de cortes de gastos foi vista como um fator de risco para a economia, o que contribuiu para a queda do dólar. Desta maneira, a atenção de investidores e empresários ficou focada nas implicações das medidas de ajuste fiscal e como elas afetariam a economia, refletindo-se na volatilidade do valor do dólar.
Repercussões da política externa e da demanda global
A trajetória do dólar americano no exterior foi afetada pela expectativa de um governo democrata liderado por Kamala Harris, com a moeda americana registrando uma queda de 0,40% contra moedas pares. Além disso, o preço do petróleo apresentou uma alta expressiva, valorizando o real brasileiro. Ao final da semana, a moeda americana estava cotada a R$ 5,783, o que representou uma queda de 1,48% em relação ao dia anterior. Esta é a maior queda do dólar desde o dia 9 de março de 2021, quando a moeda encerrou cotada a R$ 5,791.
O cancelamento da viagem do ministro da Fazenda para a Europa foi visto como um fator que contribuiu para o recuo do câmbio, uma vez que o mercado entendeu que não haveria anúncios de corte de gastos. Na verdade, o cancelamento da viagem do ministro da Fazenda foi considerado um sinal de que o governo não estava preocupado em fazer cortes de gastos, o que também contribuiu para o recuo do dólar. Segundo Haddad, o pacote de medidas fiscais ainda deverá ser anunciado em breve, na mesma semana.
A recuperação do petróleo também beneficiou o real, uma vez que a exportação de óleo é relevante na economia brasileira. Com o aumento do preço, há mais entrada de dólares no país, o que valoriza a moeda brasileira ante o dólar. Os contratos futuros de petróleo encerraram em forte alta após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) decidir adiar o aumento na produção de óleo, em meio a preocupações crescentes sobre a demanda global e preços mais baixos.
Um outro fator que contribuiu para o recuo do dólar é o arrefecimento da aposta em uma vitória do candidato republicano Donald Trump. É esperado que o dólar se fortaleça sob um governo Trump por conta de sinalizações de um protecionismo mais agressivo do que o da candidata democrata. No entanto, as últimas pesquisas indicam que os democratas recuperaram algum impulso em alguns estados decisivos, o que pode ter levado ao desmonte de algumas operações favorecidas por Trump.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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