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Em 4 anos, a porcentagem de pessoas de centro caiu de 34% para 28%, de acordo com dados do Ipec.
O centro no Brasil está diminuindo, o que tem impacto direto na dificuldade do governo em aumentar sua aprovação, mesmo com a recuperação da economia.
Segundo dados do Ipec de 2020 comparados com março de 2024, o centro está encolhendo. Há quatro anos, 34% das pessoas se identificavam como de centro, enquanto agora esse número caiu para 28%, uma redução de seis pontos percentuais, fora da margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. A polarização política tem levado a um reajuste no espectro ideológico do país, impactando a representatividade do centro na sociedade.
O centro político em movimento pendular
O centro é um campo pendular. A depender da conjuntura, pode se associar a candidatos mais à direita ou à esquerda, demonstrando uma dificuldade do governo em atrair a polarização ideológica. Em 2018, parte do centro esteve com Bolsonaro, emprestando para ele os votos que lhe deram a maioria para vitória. Em 2022, Lula também avançou entre o eleitorado de centro e com ele formou maioria para vencer a eleição, evidenciando a oscilação do espectro ideológico.
Sociedade polarizada e economia melhorando
Um centro menor diminui a capacidade do político de esquerda ou direita de pescar votos (ou aprovação) fora do seu campo, refletindo uma sociedade mais polarizada. Além disso, pode ajudar a entender por que o governo atual não consegue reverter em ganhos de popularidade uma conjuntura econômica macro mais favorável – com mais emprego e mais estabilidade de preços, embora crescimento da inflação de alimentos.
Espectro ideológico e polarização em destaque
‘É importante lembrar que os entrevistados que declararam ter votado em Lula no segundo turno, 33% se diziam de esquerda, 29% de centro e 27% de direita. Quase seis em cada 10 eleitores de Lula não são do mesmo espectro ideológico do presidente. Assim é muito mais difícil convencê-los, e por isso as ações devem ser mais contundentes’, disse Marcia Cavallari, CEO do Ipec.
Percepções divergentes e polarização de opiniões
Para se ter uma ideia, dos eleitores que disseram ter votado em Bolsonaro, só 5% consideram ótima/boa a atuação do governo no combate à inflação. Esse percentual chega a 43% entre os eleitores de Lula. Ou seja, a percepção difere em cada grupo, ilustrando a polarização de opiniões sobre a economia e governo.
Escalas e mudanças no espectro ideológico
A pesquisa do Ipec pede para os entrevistados se localizarem numa escala de 0 a 10, na qual o zero significa esquerda e dez direita. De acordo com o instituto, os eleitores que se declaravam de esquerda (0 a 3) passaram de 17% para 18% entre 2020 e 2024. Os de direita (7 a 10) de 39% para 41%. Os de centro, conforme dito anteriormente, de 34% para 28%. Não sabem o que é ser de esquerda, direita ou centro passaram de 3% para 4%. E não responderam de 7% para 9%.
Fonte: G1 – Política
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