O legado do maior escritor brasileiro enfrenta o desafio de representar a população negra em um espaço majoritariamente branco, sem perder o cerimonial da sua obra, e se posicionar contra a discriminação de classe e pensamento social externo.
Um dos marcos da nossa cultura que continua a viver com o estigma do racismo é a figura de Machado de Assis, um dos principais nomes da literatura brasileira. Com 57 anos em 1897, o autor já havia alcançado a consolidação como um dos mais expressivos nomes da nossa literatura, mas sua origem racial nunca deixou de ser um tema tabu.
Seu legado literário é inegável, mas a sua identidade racial – negra – foi muitas vezes silenciada ou minimizada pela história oficial. A presença de indivíduos negros em espaços de poder, como a literatura, continua a ser influenciada pela desigualdade social. A busca por igualdade racial não é um processo fácil, sobretudo quando se leva em conta o impacto do racismo a longo prazo. Atualmente, o Brasil ainda sofre com consequências de séculos, como a segregação racial e a desigualdade socioeconômica. Além disso, a discriminação racial ainda é um grande problema no país. Assim, a luta contra o racismo e a busca por igualdade racial continuam sendo questões importantes a serem abordadas.
Revisitação do legado de Machado de Assis: uma questão racial que persiste
O racismo silencioso que permeia a sociedade brasileira tem deixado marcas indeléveis em diversas áreas, incluindo a cultura e a história. Um exemplo notório disso é o caso de Machado de Assis, considerado o maior escritor brasileiro de todos os tempos, cuja identidade racial é um assunto polêmico desde antes de sua morte, em 1908. A questão da cor da pele do escritor é um tema que não apenas afeta sua obra, mas também reflete a complexidade da sociedade brasileira e as marcas do racismo e da discriminação racial que persistem.
Um escritor entre a branquidade e a negritude
A certidão de óbito de Machado de Assis, assinada pelo escrivão Olympio da Silva Pereira, lista sua cor como ‘branca’, o que gerou polêmica e levantou questões sobre como o próprio Machado se identificava. Documentos históricos, como cartas antigas, demonstram que a identidade racial de Machado de Assis era um assunto debatido em seu tempo, com alguns o vendo como um homem ‘de cor’, enquanto outros não. A falta de declarações diretas do escritor sobre sua identidade racial faz com que a questão permaneça um mistério.
Um legado antirracista
A obra de Machado de Assis é marcada por críticas à sociedade da época, incluindo a discriminação racial. Pesquisadores contemporâneos argumentam que o escritor era antirracista, apesar de sua própria identidade racial ser discutível. Seu legado se tornou uma bandeira importante para a afirmação e valorização da população negra, mas a questão da cor da pele do escritor continua a ser um assunto polêmico.
A representação da cor da pele na sociedade
A representação da cor da pele é um tema complexo na sociedade brasileira, com a discriminação racial e o preconceito sendo problemas persistentes. A obra de Machado de Assis reflete essa realidade, com críticas à sociedade da época e à discriminação racial. A falta de representação da população negra na sociedade, incluindo na educação e na cultura, é um problema que persiste, e o legado de Machado de Assis se tornou uma voz importante contra o racismo e a discriminação racial.
Um espaço para discussão e reflexão
A questão da identidade racial de Machado de Assis é um tema que permanece em aberto, e a sociedade brasileira pode aprender com o legado do escritor. A discussão sobre a cor da pele e a discriminação racial é necessária para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O pensamento antirracista de Machado de Assis é um exemplo de como a literatura pode ser usada para promover a mudança social.
Fonte: @ Nos
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