Segunda-feira, SSP (Seguridade Pública de São Paulo) revelou novos números: crescimento de 138% em denúncias de violência desde janeiro; operações intensificadas desde fevereiro; investigar massacre de Carandiru presos (dezembro) e denúncias UN, Liga da Justiça; disparou complaint sobre legítimo monopólio da violência. (150 characters)
(AGÊNCIA BRASIL) – O aumento de mortes causadas por policiais militares em serviço no estado de São Paulo foi significativo no início deste ano, de acordo com informações oficiais da administração de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Registrou-se 179 mortes nos primeiros três meses de 2024, em comparação com 75 no mesmo intervalo de tempo no ano anterior, representando um crescimento de 138%.
Essas mortes representam um aumento alarmante no número total de vítimas da violência policial, destacando a necessidade urgente de revisão de políticas e práticas de segurança pública. A escalada nos casos de confronto levanta questões sobre as estratégias de abordagem e as medidas de prevenção, demandando uma análise mais aprofundada e ações imediatas para lidar com essa situação crítica.
Operação Verão: Crescimento 138% nas Mortes pela PM em São Paulo
Os novos dados revelados nesta segunda-feira pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) trouxeram à tona um cenário alarmante: o maior número de mortes em ações da PM no estado desde 2020. Em 2022, ocorreram 74 casos, um contraste impactante em relação aos 218 óbitos registrados dois anos atrás. Uma possível explicação para esse abrupto aumento de mortes está ligada à Operação Verão, realizada pela PM na Baixada Santista e que foi encerrada em 1º de abril, totalizando 56 mortes.
A incursão da PM na região teve início em dezembro, mas foi disparada em fevereiro, após a fatalidade envolvendo o soldado Samuel Wesley Cosmo. A intensificação das ações policiais resultou em uma verdadeira escalada de mortes, suscitando críticas contundentes à conduta da polícia, incluindo uma complaint ao Conselho de Direitos Humanos da ONU feita pela Conectas Direitos Humanos e a Comissão Arns.
Em meio a esse cenário tenso, o governador foi questionado sobre as denúncias de abusos cometidos durante a Operação Verão, respondendo com desdém: ‘Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí’, declarou Tarcísio.
O cientista político e pesquisador Eduardo Viveiros de Freitas criticou a falta de comando na polícia paulista, apontando para uma visão equivocada do termo ‘empoderamento’. Segundo ele, o Estado detém o monopólio legítimo da violência, mas é necessário garantir que essa legitimidade seja respaldada pela população.
Outra frente de contestação surgiu com a atuação do Gaesp, do Ministério Público de São Paulo, que abriu uma investigação para apurar denúncias de que os mortos na operação estariam sendo levados como vivos para hospitais. A Operação Verão se tornou a segunda ação mais letal da história da polícia paulista, ficando atrás somente do trágico massacre de Carandiru, ocorrido em 1992, no qual 111 homens perderam suas vidas durante a invasão da Casa de Detenção.
Desde dezembro, mais de mil infratores foram presos, sendo que quase metade deles era procurada pela justiça. Além disso, 47 menores de idade foram apreendidos. Em nota prévia, o governo informou que 56 criminosos entraram em confronto com as forças policiais e vieram a óbito. A secretaria não se pronunciou sobre os dados atualizados desta segunda-feira. A situação segue sob escrutínio, com a necessidade de investigar a fundo as circunstâncias que levaram a esse aumento significativo nas mortes em ações policiais no estado de São Paulo.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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