Até 50% dos pacientes com retocolite ulcerativa tratados com terapia avançada obtiveram remissão da doença inflamatória; medicamento é indicado para casos moderados a graves.
A retocolite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal de difícil tratamento, conhecida por causar inflamação e danos no cólon, e pode levar a complicações graves se não for tratada adequadamente. O tratamento inflamatório é fundamental para aliviar os sintomas e reduzir o risco de complicações.
A Johnson & Johnson divulgou em seu site que a Anvisa aprovou a terapia avançada para o tratamento da retocolite ulcerativa ativa em pacientes adultos. O medicamento é uma opção para os pacientes que buscam aliviar os sintomas da doença inflamatória intestinal e evitar a progressão da doença. A terapia tem demonstrado eficácia em reduzir a inflamação e melhorar a qualidade de vida dos pacientes portadores de retocolite ulcerativa.
Uma Nova Abordagem para a Doença Inflamatória Intestinal
O guselcumabe, um anticorpo monoclonal de ponta, é uma opção viável para os casos moderados a graves de doença inflamatória intestinal que não responderam bem ao tratamento convencional ou às terapias avançadas, como as inibidoras da proteína janus-quinase (JAK). A aprovação deste medicamento considerou um ensaio clínico de fase 2b/3, denominado Quasar, que destacou o potencial do guselcumabe em levar à remissão da doença em 50% dos pacientes que receberam doses subcutâneas de 200 mg a cada quatro semanas após um período de 44 semanas. Além disso, 45% dos voluntários que receberam a dose de 100 mg a cada oito semanas também alcançaram o mesmo desfecho.
Este medicamento se destaca como uma alternativa terapêutica importante para o tratamento da retocolite ulcerativa, combinando altas taxas de remissão clínica e endoscópica com um perfil de segurança favorável e dosagem flexível. Em outras palavras, o guselcumabe se tornou uma ferramenta valiosa tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde ao equilibrar eficácia e segurança.
Segundo Alexander Rolim, cirurgião do aparelho digestivo e membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, ‘Aqui está uma alternativa terapêutica importante para o tratamento da retocolite ulcerativa que combina altas taxas de remissão clínica e endoscópica com um perfil de segurança favorável e dosagem flexível, tornando-se uma ferramenta valiosa tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde.’
Após um ano de tratamento, 34% dos pacientes tratados com 200 mg e 35% dos que receberam 100 mg tiveram a remissão endoscópica, quando há cicatrização visível do cólon. ‘Mesmo com terapias avançadas disponíveis no Brasil, ainda há uma necessidade significativa de novos tratamentos para a retocolite ulcerativa que equilibrem eficácia e segurança,’ ressalta Aniela Branco, diretora médica de Imunologia da Johnson & Johnson Innovative Medicine no Brasil.
Em março de 2018, o guselcumabe foi aprovado para o tratamento de pacientes adultos com psoríase em placas moderada a grave e, em maio de 2020, foi liberado para casos de artrite psoriásica ativa também em adultos. Em fevereiro deste ano, a Anvisa aprovou outro tratamento, o upadacitinibe (Rinvoq), da AbbVie, também para o tratamento de retocolite ulcerativa em adultos, aumentando o arsenal de tratamentos para a doença no Brasil.
O tipo de doença inflamatória, a retocolite ulcerativa, ocorre quando há uma resposta exagerada do sistema imunológico, causando inflamação no intestino. Esse processo pode levar a danos no revestimento do cólon, parte do intestino grosso. Entre os sintomas, estão: sangue nas fezes, fezes soltas e mais frequentes, diarreia persistente, perda de apetite e de peso, fadiga e dor abdominal.
Os pacientes costumam apresentar ainda índices altos de depressão e ansiedade. Relacionadas, a discriminação pode causar alterações até no equilíbrio intestinal, aponta estudo. Estudo identifica proteína que afeta o equilíbrio intestinal e resposta a infecções bacterianas. Pesquisa associa alterações na microbiota intestinal a autismo em crianças.
Fonte: @ Veja Abril
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