Três pessoas executadas com mais de 70 facadas em apartamento de luxo. Ex-ministro do TSE e esposa entre os mortos. Filha condenada.
A ONG Innocence Project fez um pedido ao STJ para a liberdade de um dos condenados pelo crime que chocou Brasília, conhecido como ‘crime da 113 Sul’.
O triplo homicídio ocorreu em 2009, em uma área nobre da capital federal, na quadra 113 Sul. As vítimas foram brutalmente assassinadas com mais de 70 facadas.
Este crime bárbaro completará 15 anos em agosto. Entre os mortos, estava o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela.
Além de José Guilherme Villela, sua esposa Maria Carvalho Villela e a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva, foram vítimas desse terrível latrocínio.
O complexo caso do assassinato da 113 Sul
Três homens foram condenados pelo Tribunal do Júri e cumprem pena pela execução dos assassinatos, mas um deles mudou a versão. Devido ao seu impacto e complexidade, o caso é conhecido como ‘crime da 113 Sul‘. De acordo com o Innocence Project, Paulo Cardoso Santana, um dos condenados, afirmou que Francisco Mairlon Aguiar, que também cumpre pena, não teria participado da ação. Paulo também inocenta a filha do casal, Adriana Villela, que foi condenada pelo júri em 2019, acusada de ser a mandante do crime. Porém, o Ministério Público afirma que a retratação não tem valor, pois os condenados já mudaram suas versões outras vezes.
Novas revelações sobre o triplo homicídio
Prestes a completar 15 anos, o caso que ficou conhecido, em Brasília, como ‘crime da 113 Sul’ teve uma reviravolta nesta quinta-feira (1º). A ONG ‘Innocence Project’, que se dedica a comprovar casos de erros judiciários em processos já encerrados em vários países, pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a liberdade de um dos condenados pelo assassinato de três pessoas em uma cobertura na quadra 113 Sul, em Brasília, em 2009. Para o Ministério Público, no entanto, essa versão não tem valor (leia mais abaixo). Reynaldo Turollo Jr e Marcos Losekann têm a reportagem.
Detalhes do horrendo latrocínio
Como o crime aconteceu? Três pessoas foram mortas com mais de 70 facadas em uma cobertura no sexto andar na quadra 113 da Asa Sul, em Brasília, em agosto de 2009.
O início das investigações sobre o triplo assassinato
Quem são as vítimas? Tratado inicialmente como latrocínio (roubo seguido de morte), o caso chamou ainda mais atenção por causa da identidade de uma das vítimas: José Guilherme Villela, ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Além do ministro, foram assassinadas a mulher dele, Maria Carvalho Villela; e a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva.
Inconstâncias e reviravoltas no caso do assassinato brutal
Quem encontrou os corpos? Os corpos dos três foram encontrados pela neta do casal já em estado avançado de decomposição.
Erros e acertos nas investigações do latrocínio na 113 Sul
Como foram as investigações? As investigações tiveram idas e vindas. A primeira delegada do caso disse que teve ajuda de uma vidente para desvendar o crime. Depois, a delegada foi presa e condenada por ter forjado provas contra eles. Em 2010, no ano seguinte do crime, outra delegacia assumiu o caso e apontou os executores: Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio onde o casal morava; e o sobrinho dele, Paulo Cardoso Santana. Os dois confessaram o crime e, na casa deles, foram encontradas as joias roubadas das vítimas. Mas os dois mudaram de versão…
Desdobramentos intermediários no caso da 113 Sul
Qual era a versão inicial de Leonardo e Paulo? Inicialmente, Leonardo dizia que somente ele e Paulo tinham ido ao apartamento dos Villela para roubá-los. Depois…
Nova versão para o triplo homicídio da 113 Sul
Segundo a ONG ‘Innocence Project’, Paulo, um dos condenados, agora inocenta Francisco Mairlon. Ele diz que acusou o homem porque, na época, foi torturado pela polícia. A segunda inocente no caso, segundo Paulo, seria Adriana, a filha do casal…
Posicionamento da ONG Innocence Project
O que diz a ONG? O ‘Innocence Project’ afirma que, durante um ano e meio, analisou as mais de 16 mil páginas do processo, assistiu a vídeos que estavam arquivados na Justiça, que mostram as circunstâncias em que os executores confessaram o crime, e concluiu que Francisco Mairlon não teve participação…
Argumentação do Ministério Público sobre o crime da 113 Sul
O que diz o Ministério Público Um dos promotores do caso, Marcelo Leite Borges, afirma que, para o Ministério Público, a retratação não tem ‘valor nenhum’, porque os condenados já mudaram suas versões outras vezes. …
Comentário da Polícia Civil sobre o crime da 113 Sul
Questionada sobre as alegações de que pressionou os acusados a mudarem suas versões, a Polícia Civil do Distrito Federal informou que, ‘considerando que o citado caso se encontra em tramitação no Poder Judiciário, não irá se manifestar’.
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Fonte: G1 – Política
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