PF agendou novos depoimentos em inquérito sobre atos golpistas para investigar grupo que tentou subverter o processo eleitoral.
As investigações da Polícia Federal continuam em busca de novas delações premiadas no inquérito que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, além do acordo já firmado com Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A possibilidade de novos colaboradores se unirem a Mauro Cid não está descartada, diante das evidências já coletadas contra o grupo.
Além disso, os investigadores estão aguardando depoimentos que devem ser marcados nos próximos dias, trazendo mais detalhes sobre as intenções do governo Bolsonaro de subverter a ordem democrática e evitar um possível revés eleitoral. A expectativa é a de que esses depoimentos contribuam para a coleta de provas e fortaleçam os atuais acordos de colaboração premiada e acordos de leniência já firmados.
Pressão sobre militares aumenta com novas delações
Um dos investigadores ouvidos pelo blog afirma que os militares devem depor em situação de desvantagem, sendo confrontados com os indícios de provas já colhidos a partir das delações de Mauro Cid e da checagem das informações passadas pelo ex-ajudante de ordens.
‘Os militares que terão de depor estarão numa situação difícil. Há dados que já os comprometem nas quebras de sigilo obtidas pela PF até agora’, diz o militar.
Nos próximos dias, a Polícia Federal deve agendar os depoimentos de quem já está preso e teria se envolvido na elaboração da tentativa de um golpe de Estado, e de pessoas que foram citadas nas investigações, mas não estavam entre os alvos da operação de semana passada.
Entre esses depoimentos, o mais esperado é o ex-comandante do Exército Freire Gomes, que chegou a se reunir com o ex-presidente Bolsonaro para discutir a minuta do golpe.
Segundo a delação de Mauro Cid, o general Freire Gomes se reuniu com Bolsonaro, com o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e com o então comandante da Marinha, Almir Garnier, no Palácio da Alvorada em 7 de dezembro de 2022.
Naquele momento, o grupo teria sido apresentado à proposta de minuta golpista, que previa a decretação de garantia da lei e da ordem e uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que culminaria com a prisão do presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
Como o blog mostrou nesta quinta, Freire Gomes conta com a confiança da atual cúpula do Exército – que, no entanto, espera que o general esclareça nos depoimentos se foi omisso ao comparecer a tais reuniões e tomar conhecimento de planos golpistas.
Fonte: G1 – Política
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