Prioridade é tratar pacientes na própria comunidade, com casos graves deslocados para centro de terapia intensiva, oferecendo assistência qualificada e otimizando fluxos de remoções.
A remoção de indígenas Yanomami para hospitais de Boa Vista (RR) passou por uma reformulação no Ministério da Saúde. A prioridade agora é a atenção primária na própria comunidade, respeitando o bem viver e a cultura do povo. Com isso, a remoção de pacientes para hospitais de Boa Vista é realizada apenas em casos graves, onde a transferência para um centro de saúde mais especializado é necessária.
Essa mudança foi possível graças ao aumento da assistência no território, que permitiu a criação de unidades de saúde mais próximas das comunidades indígenas. A retirada de pacientes apenas em casos graves também ajuda a reduzir o deslocamento desnecessário. Além disso, a atenção primária na própria comunidade permite que os pacientes sejam tratados de forma mais eficaz e respeitosa com a cultura local. A remoção de pacientes é agora realizada de forma mais seletiva e eficiente.
Redução de Remoções: Um Novo Paradigma
A implementação de uma nova estratégia de saúde indígena teve um impacto positivo significativo, reduzindo em 90% as remoções de pacientes Yanomami. O médico Alysson Figueiredo, coordenador de remoção no Dsei Yanomami, explica que a reformulação do sistema de saúde prioriza a assistência qualificada e a estabilização dos pacientes no território, antes de considerar a remoção para a capital do estado. ‘A nossa organização passou a avaliar melhor os casos, identificando os pacientes potencialmente graves e estabilizando-os no centro de referência. Somente se não tiverem melhora, são retirados do território’, destaca.
A criação de fluxos de remoção e a identificação de gargalos no sistema de saúde também foram fundamentais para a redução das remoções. ‘Houve treinamento dos profissionais para lidar com emergência e urgências. Criamos a regulação: primeiro atendimento, estabilização, interlocução com os hospitais, entendemos o quadro, damos o suporte dentro do território e, assim, comunicamos a remoção’, explica Alysson. Além disso, a transferência para locais de atendimento dentro da comunidade indígena também impacta menos no bem viver dos pacientes.
Investimentos em Saúde Indígena
Os investimentos na saúde indígena também colaboram para a melhoria do registro dos indicadores de saúde. ‘Quando se entra no território, se notifica e registra. Tínhamos polos com 3 anos sem a entrada de um profissional de saúde. Começamos os tratamentos em território com equipes completas para a assistência na localidade’, ressalta Alysson. Dessa forma, o Sistema Único de Saúde (SUS) reconquistou a confiança dos Yanomami após mais de um ano e meio de retomada no local.
A enfermeira Lidiane Lopes Ramos, coordenadora do Núcleo da Saúde Indígena no Hospital da Criança de Boa Vista, é categórica: com a melhora dos fluxos e protocolos, caiu o número de internações de indígenas Yanomami na unidade. ‘A ficha antiga era defasada de informação. Os dados recebidos do território não tinham credibilidade e fundamento, como data de nascimento errada, peso incorreto. Isso influencia na busca da patologia e no diagnóstico. Isso foi vencido pelo alinhamento. A equipe de regulação já fez o levantamento. O filtro na remoção é primordial’, pondera.
Redução de Internações
Com o refinamento da remoção, os números de internações de indígenas Yanomami na unidade também caíram. ‘A equipe de regulação já fez o levantamento. O filtro na remoção é primordial’, destaca Lidiane. Além disso, a criação de fluxos de remoção e a identificação de gargalos no sistema de saúde também foram fundamentais para a redução das remoções. ‘Houve treinamento dos profissionais para lidar com emergência e urgências. Criamos a regulação: primeiro atendimento, estabilização, interlocução com os hospitais, entendemos o quadro, damos o suporte dentro do território e, assim, comunicamos a remoção’, explica Alysson.
Fonte: @ Ministério da Saúde
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