Na abertura do ano legislativo, Lira manda recados sobre eleição municipal e sucessão do poder na Câmara

Presidente da Câmara, em discurso inaugural, diz que os membros da Casa não foram eleitos para serem carimbadores.

Não devemos duvidar da capacidade desta mesa diretora, nem dos membros do Parlamento e desta legislatura. Foi dessa forma que Arthur Lira (PP-AL) iniciou sua fala inicial no legislativo de seu último ano como presidente da Câmara dos Deputados.

‘Será um erro grave para qualquer um que pense que esta Câmara dos Deputados será inativa neste ano de 2024, quer seja por conta das eleições municipais iminentes, quer seja devido a especulações sobre a disputa pela próxima mesa diretora no próximo ano’, acrescentou.

.

Discurso Inaugural e Discurso de Lira

Segundo Maria Cristina Frias, houve um ‘discurso em que ele se lançou praticamente na disputa com o Presidente da República’. A dopinião da colunista do jornal Valor Econômico e comentarista da CBN ressalta a disputa que foi intercalada com o discurso inaugural de Lira, expondo uma tensão entre os membros da Casa. Para ela, ‘é uma diferença gigante entre carimbar e recursos e ter 53 milhões para gastar ao céu e a terra, mas foi assim que ele definiu.’ Ao mesmo tempo, a analista observa que o discurso revelou ‘três fatores a mais de estresse’, nas suas palavras: as eleições municipais; a disputa pelas Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, e também o futuro político de Lira e de Rodrigo Pacheco, atuais presidentes das duas Casas.

Entrevista ao Podcast e as Emendas

Maria Cristina também avalia o tom do discurso de Lira. Ela acredita que na política, quando a pessoa sobe o tom é porque talvez não esteja com a força toda que aparenta ter. Na política, o tom elevado não é sinal de força. No podcast O Assunto desta terça-feira, Maria Cristina ressalta a importância dessas questões na disputa eleitoral e o papel das emendas no discurso de Lira, mostrando os desafios e as pressões sofridas pelos membros da Casa.

Reflexão sobre a Eleição Municipal

Maria Cristina destaca que as eleições municipais prejudicaram a relação entre os deputados federais e os governadores, e os deputados já não dependem tanto dos governadores para executar recursos em suas bases eleitorais. A analista observa que essa mudança fortalece o governo federal, diminuindo a dependência da Esplanada com o Congresso. Portanto, o discurso de Lira revelou a tensão impulsionada pela pressão advinda das eleições municipais e as disputas internas.

Comentário sobre o Jogo Político

Maria Cristina expressa que o jogo político envolvendo as demandas eleitorais e os recursos a serem liberados estão no centro das tensões entre os membros da Casa, que disputam os espaços de poder na arena político-partidária. Afirmou que ‘Na política, o tom elevado não é sinal de força. E eu acho que é um discurso de quem está com menos tinta na caneta do que tinha no ano passado.”

Ouça a íntegra do episódio aqui.

Para acessar a íntegra do episódio do podcast O Assunto, basta clicar no link acima.
🔔 O g1 agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar
O que você precisa saber: Lira manda recados, diz que Orçamento é de todos e cobra acordos, Lula defende diálogo com o Congresso e negociação sobre emendas, e PSB oficializa saída de ‘blocão’ articulado por Lira
O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Carol Lorencetti, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva e Thiago Kaczuroski. Neste episódio colaborou: Sarah Resende.