Na semana passada, República Democrática do Congo reportou uma nova epidemia de pox viral, Clade IB, na África Ocidental. Cientistas alertam para virulentas mutações do orthopoxvirus, com taxas de letalidade potencialmente altas. Infecções diagnosticadas através de métodos tradicionais; transmissão sexual possível. Nova cepa de Clade II, dentro da bacia do Congo.
O mpox, anteriormente conhecido como varíola dos macacos, voltou a preocupar a comunidade científica depois que a República do Congo declarou, na quarta-feira (24/4), estar enfrentando uma epidemia da doença. No ano passado, o país registrou 650 mortes devido à infecção, e agora há indícios de que a doença esteja se espalhando também para a vizinha República do Congo.
A situação do mpox é alarmante, reforçando a importância de medidas preventivas e de controle para conter a propagação da varíola. O surto do mpox destaca a necessidade de vigilância constante e cooperação internacional para lidar com ameaças de doenças emergentes.
Uma nova cepa do Clade IB da mpox preocupa especialistas
No momento presente, a preocupação dos especialistas se concentra na possível ligação da epidemia com a propagação de uma nova cepa do vírus da mpox. A variante que causou a emergência de saúde global em 2022 era distinta da versão que está atualmente em circulação na República do Congo. Os casos estão concentrados na região de South Kivu, onde a transmissão sexual parece ser o modo mais comum de contágio, especialmente entre trabalhadores do sexo.
Os cientistas que atuam no país publicaram um estudo na plataforma medRxiv em 15 de abril, alertando sobre uma nova cepa da mpox com potencial pandêmico. Essa cepa do Clade IB tem sido associada a infecções mais virulentas e taxas de letalidade de até 10%. Além disso, mutações na estrutura do vírus têm desafiado os métodos tradicionais de diagnóstico.
Clade IB: uma variante mais perigosa da mpox
A nova cepa, batizada de Clade IB, está gerando preocupações devido à sua capacidade de provocar infecções mais letais e de se propagar com maior facilidade. Comparada às cepas previamente conhecidas, como o Clade II da África Ocidental e o Clade I da Bacia do Congo, a mpox do Clade IB apresenta uma taxa de mortalidade mais elevada, chegando a 10%.
Os pesquisadores acreditam que a recente onda de casos está relacionada a uma variante do Clade IB que adquiriu a capacidade de transmissão sexual. A mpox, um tipo de orthopoxvírus originado em animais selvagens, ocasionalmente infecta humanos. A doença era anteriormente conhecida como ‘varíola dos macacos’ ou monkeypox, mas foi renomeada para mpox pela Organização Mundial de Saúde para evitar associações inadequadas.
O risco de propagação letal da mpox preocupa especialistas
A epidemiologista Anne Rimoin, que estuda a mpox desde 2002, alerta para uma combinação de fatores que favorecem a propagação da doença. A crise humanitária na região, juntamente com a disseminação de outras doenças como a cólera, cria um cenário propício para a escalada do surto. Rimoin destaca que, embora tenha havido casos de transmissão sexual da mpox em 2022, a cepa envolvida naquele período era do Clade II.
Com a nova cepa do Clade IB afetando predominantemente trabalhadores do sexo, os especialistas alertam para o alto risco de disseminação letal da mpox. Medidas urgentes, incluindo vigilância intensificada, rastreamento de contatos e vacinação direcionada, são necessárias para conter esse surto potencialmente pandêmico.
Fonte: @ Metropoles
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