Várzea do Rio Amazonas em Santarém, Pará, está contaminada com animais em decomposição, alertando para mudanças climáticas, afetando comunidade ribeirinha do Amazonas.
Em um cenário de desolação, centenas de peixes são encontrados mortos em um igarapé do Pará, deixando os moradores confusos e preocupados. O Igarapé do Costa, localizado na várzea do Rio Amazonas, em Santarém, é um ambiente natural onde peixes de todas as espécies são encontrados. De acordo com relatos de moradores, o número de peixes mortos é assustadoramente alto e espanta muito.
Peixes de diferentes espécies, identificados por especialistas, foram encontrados mortos no local. Alguns moradores atribuem a morte dos peixes à misteriosa ocorrência de um asteroide que passou pela região há alguns dias, causando clarões nos céus da Rússia. A misteriosa morte de centenas de peixes levanta uma série de questões sobre o impacto ambiental e a saúde das águas.
Peixes: a misteriosa mortandade que assola a várzea do Rio Amazonas
A região do Igarapé do Costa, no interior do Pará, tem sido palco de uma catástrofe ambiental sem precedentes. O pescador Ednei Rego, presidente do Conselho da Região do Urucurituba e morador da comunidade há 20 anos, revela que nunca havia presenciado a mortandade de peixes tão intensa como a que ocorreu no mês de novembro. Os ribeirinhos da região, que sobrevivem da pesca, estão enfrentando uma situação de extrema dificuldade. ‘Eu moro nessa comunidade há 20 anos e nunca tinha acontecido essa situação. O que aconteceu agora espanta muito a gente, muito mesmo, porque a gente sobrevive da pesca. Era de onde nós tirávamos praticamente tudo, mas morreram todos os peixes’, diz Ednei em entrevista exclusiva ao Terra.
A região é habitada por 71 famílias, e a pesca é a única fonte de renda para a comunidade. Por isso, Ednei acompanha de perto o dia a dia dos ribeirinhos que dependem da pesca para sobreviver. Ele também explica que os moradores precisam andar cerca de 3km a 4km para buscar água potável, pois o rio local está contaminado com a morte de peixes e outros animais aquáticos. ‘A gente fica muito triste por isso, mas a gente tá levando a vida, né?’, lamenta.
O Governo do Estado do Pará enviou equipes para ajudar a comunidade, além de fornecer cestas básicas para as famílias que dependem da pesca. A Defesa Civil e a Prefeitura de Santarém também estão prestando apoio à região. No entanto, a dúvida ainda persiste: o que aconteceu na várzea do rio Amazonas e por que tantos peixes morreram em um curto período?
A Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), realizou visitas técnicas na região para verificar o ocorrido. Segundo a Semma, os peixes já estavam em estágio avançado de decomposição. Em 27 de novembro, equipes da secretaria municipal e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) coletaram amostras da água contaminada para verificar as variáveis de pH, temperatura e oxigênio.
A falta de oxigênio pode ter sido o culpado pela mortandade de peixes. Mas, até agora, não há uma resposta definitiva para a causa da catástrofe ambiental que assola a região do Igarapé do Costa. Os ribeirinhos continuam a sofrer com a perda da sua principal fonte de renda e da sua qualidade de vida. ‘Eu nasci aqui, mas passei um tempo em Santarém. Depois voltei, e estou há 20 anos aqui no Igarapé do Costa. A gente trabalha só com peixes, nós não temos outra renda. Nós estamos passando por muita dificuldade, até água está faltando pra gente’, lamenta Ednei.
A comunidade do Igarapé do Costa está à espera de respostas e soluções para superar essa crise ambiental. Enquanto isso, a misteriosa mortandade de peixes continua a ser um mistério que precisa ser desvendado.
Fonte: @ Terra
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