Miliciano mais procurado do RJ se entregou à PF. Colabore com as investigações sobre estrutura mafiosa e lavagem de dinheiro.
O miliciano Luís Antônio da Silva Braga, considerado o mais procurado do Estado do Rio de Janeiro (RJ) pela Polícia Federal (PF), foi mencionado pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappeli, nesta segunda-feira, 25. Cappeli afirmou que espera que o criminoso colabore com as investigações e que tem muito a dizer.
‘Nenhuma milícia consegue se estabelecer e dominar um território de cerca de 1/3 da cidade do Rio de Janeiro sem conexões poderosas’, destacou Cappeli em entrevista à Globo News. ‘A prisão do Zinho não é um fim, é parte de um processo que está em curso. Não se encerra investigações com a prisão dele.’
Miliciano foragido se entrega à Polícia Federal
Conhecido como Zinho, o miliciano, também integrante de milícia, se entregou à PF no domingo, 24 de dezembro. Ele estava foragido desde 2018 e era alvo de 12 mandados de prisão, atuando na zona Oeste da capital do RJ. A prisão ocorreu após negociações entre ‘os patronos’ do criminoso, a PF e a Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro.
Além de capturar os líderes de organizações criminosas, conforme Capelli, é essencial ‘desmantelar’ os grupos e elucidar todo o esquema de financiamento, de opressão, de apoio e de sustentação.
‘Toda a estrutura mafiosa dessas milícias precisa ser desarticulada para o bem do Rio de Janeiro, para o bem do Brasil’, continuou.
Miliciano morto no Rio era sobrinho de chefe de facção criminosa
Segundo o secretário-executivo do MJ, Zinho não se entregou de ‘bom grado’, pois sabia que corria risco de vida. ‘Ele percebeu que a melhor alternativa para preservar a vida dele era se entregar à PF’, declarou.
Zinho foi encaminhado ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Nos últimos meses, a polícia realizou diversas operações para capturar o miliciano.
A última aconteceu em 19 de dezembro e resultou na detenção de cinco pessoas, quatro armas, R$ 3 mil em espécie, celulares, computadores e eletrônicos. Na ocasião, a defesa do integrante da milícia negou que ele fosse o líder da organização e mencionou a ‘total anemia probatória’ contra ele.
O miliciano assumiu o controle da milícia de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, em 2021, dois meses após a morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, que liderava os locais.
Antes de se tornar o chefe da milícia, o criminoso estava envolvido na lavagem de dinheiro do grupo, principalmente na Baixada Fluminense. Em 2021, ele era sócio da empresa Macla Comércio e Extração de Saibro que, de acordo com a PF, faturou R$ 42 milhões entre 2012 e 2017. Outras empresas da estrutura criminosa também eram utilizadas para movimentar o dinheiro.
Fonte: © R7 Rádio e Televisão Record S.A
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