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Menina, na 29ª semana de gestação, percebeu aumento do volume abdominal e suspeitou de ocorrência de aborto, conforme preconizado pela lei.
(AGÊNCIA BRASIL) – Vanessa (nome fictício), 28, de São Paulo (Grande SP), percebeu que sua filha Marina (nome fictício) estava grávida quando notou a mudança em seu corpo. ‘Mãe, acho que estou sentindo algo diferente na minha barriga’, disse a jovem, com 16 anos e na 25ª semana de gestação.
No entanto, Vanessa só descobriu que Marina estava em gravidez após uma consulta médica de rotina. ‘Mãe, estou esperando um bebê’, revelou a adolescente, surpreendendo a família com a notícia inesperada.
A dificuldade de acesso ao aborto legal durante a gestação
Após registrar um boletim de ocorrência, as vítimas procuraram o Hospital da Mulher, localizado na capital paulista. Lá, Karen foi submetida a uma série de exames, recebeu o coquetel preconizado para situações de violência sexual, porém foi informada de que, naquela instituição, os abortos legais só eram realizados até a 20ª semana de gestação. No Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, também não foi possível obter o aborto legal devido à suspensão dos procedimentos pela prefeitura. Mãe e filha tiveram que se deslocar de ônibus até Salvador (BA) para a interrupção da gestação, enfrentando uma jornada de dois dias e cinco horas de estrada. O agressor ainda está foragido. A mãe compartilha a angústia de sua filha: ‘Minha filha sempre pergunta: ‘e aí, mãe, não vai acontecer nada com ele? Por que ele não foi preso se ele cometeu um crime?”
De acordo com a Constituição, não há restrições quanto à idade gestacional do feto no momento do aborto. No entanto, o PL Antiaborto por Estupro, em tramitação urgente na Câmara dos Deputados, propõe a criminalização do aborto após as 22 semanas de gestação para vítimas de estupro. A narradora reside em Guarulhos, é mãe de duas filhas, uma de 15 e outra de 13 anos, e um filho de quatro anos. Sua filha mais velha costumava passar os finais de semana na casa da avó, em São Paulo. O padrasto da avó, com quem ela convivia há mais de 15 anos, abusou dela. Após meses de silêncio, a adolescente revelou a situação à mãe, que a levou para realizar exames no Hospital da Mulher, onde foi constatada a gravidez avançada.
A jovem, que antes demonstrava um comportamento amoroso e responsável, passou por mudanças significativas, tornando-se retraída e agressiva. A mãe, inicialmente sem perceber as alterações físicas devido às roupas largas que a filha usava, só desconfiou da gravidez em novembro do ano anterior. Após a revelação do abuso, a família registrou o boletim de ocorrência e buscou auxílio médico. No entanto, devido à idade gestacional da adolescente, não foi possível realizar o aborto no Hospital da Mulher, que segue a legislação que permite a interrupção até a 20ª semana de gestação. A situação levou a família a enfrentar uma jornada angustiante em busca de assistência adequada durante a gestação.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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