Lula reclama com aliados sobre fim das ‘saidinhas’: ‘Deixam o problema na minha mão’ após votação do projeto no Senado.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente a votação do projeto que acaba com as ‘saidinhas’ de presídios. De acordo com fontes próximas, Lula expressou sua insatisfação com a base aliada, que votou a favor da medida no Senado e, simbolicamente, na Câmara, apenas para evitar enfrentar a direita e as redes sociais. Agora, o ex-presidente se vê diante do desafio de sancionar o projeto, com muitas pessoas pedindo por um veto.
Para Lula, seus aliados não tiveram coragem de enfrentar as críticas que viriam, optando por votar a favor de uma proposta que muitos deles são contrários. A situação, segundo ele, demonstra a falta de decisão e coragem de sua base aliada frente aos desafios políticos.
Lula e a votação do projeto
A aprovação tanto no Senado como na Câmara ocorreu com ampla maioria, liderada pela ala conservadora do Legislativo, que é majoritária.
Segundo assessores, a tendência é o governo sancionar o projeto como foi aprovado, com um ou outro veto, sem atingir a proposta central aprovada pelo Congresso, de pôr fim às saidinhas.
A avaliação é que de não adiantará barrar a íntegra, porque um veto será derrubado pelo Congresso. Ou seja, Lula só se indisporia com boa parte de sua base aliada, sem ganhar nada, só perdendo.
PEC das drogas e a posição de Lula
Em breve, o governo deve sofrer uma outra derrota no Parlamento dentro da agenda conservadora: a PEC das drogas, que mantém como crime a posse e o porte de entorpecentes e alucinógenos.
Como política social, o governo defende a descriminalização, mas sabe que não tem votos dentro do Congresso para isso.
No STF, o julgamento do tema foi paralisado após um pedido de vista do ministro Dias Toffoli. A votação estava em 5 a 3 a favor da descriminalização e 8 a 0 pela definição de uma quantidade de maconha que diferencie usuário de traficante.
Ministros do Supremo alegam que, hoje, o jovem branco, da elite, não é preso, é considerado usuário, e acaba punido com penas alternativas. O jovem negro, da periferia, termina sempre sendo qualificado como traficante e vai preso.
Fonte: G1 – Política
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