Novo plano para ampliar crédito imobiliário será anunciado na próxima segunda. Presidente se reuniu com ministros para fechar detalhes da proposta.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está se preparando para anunciar uma linha de crédito específica para pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) que buscam oportunidades para empreender. O objetivo é que esse público de baixa renda tenha mais acesso ao crédito para alavancar seus negócios e melhorar sua condição financeira.
O financiamento para microempresas e empresas de pequeno porte (Pronampe) será liberado com uma taxa de juros ainda mais baixa, garantindo assim que o crédito alcance quem mais precisa. Essa iniciativa faz parte de um plano mais abrangente do governo para impulsionar a economia, que inclui diversas propostas para estimular o crédito no país e fomentar o empreendedorismo.
Ampla estratégia para fomentar a linha de crédito
A ideia é apresentar essa ampla estratégia para o mercado de crédito na segunda-feira (15). O objetivo é fomentar o crédito para micro e pequenos empresários de baixa renda, além de incentivar o financiamento para empreendedores inscritos no Cadastro Único. Esta linha de crédito visa permitir que os beneficiários comprem equipamentos, reformem seus locais de trabalho e usem o dinheiro como capital de giro de suas empresas.
O programa foi formulado pelo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), e envolve ainda o Ministério da Fazenda, do Empreendedorismo e a Casa Civil. Entidades do Sistema S, como o Sebrae, também irão participar da capacitação e orientação de quem acessar os recursos.
O governo pretende ainda criar um mecanismo para evitar que o dinheiro recebido seja utilizado para gastos com consumo. A expectativa é que, nessa linha de crédito, as taxas de juros sejam a metade do que o Pronampe cobra atualmente, com valores em torno de 8% ao ano. Para reduzir o receio das instituições financeiras em relação a eventuais calotes, o governo deve destinar, nesta primeira fase, R$ 500 milhões que servirão como garantia destes empréstimos em 2024, recurso do Fundo Garantidor de Operações (FGO). Há ainda a negociação para que o governo e Sistema S coloque mais dinheiro como garantia e o volume de crédito possa se expandir ainda mais. De 2018 a 2022, cerca de 1 milhão de inscritos no Cadastro Único tiveram acesso a crédito, e a medida tem o objetivo de ampliar esse número.
Novas propostas para a linha de crédito e financiamento
O governo estuda ainda um programa especial de renegociação de dívidas para pessoas inscritas como MEI. A ideia é criar uma espécie de Desenrola para esse público, que poderá renegociar os débitos, inclusive com o Pronampe. Além disso, está em discussão a criação de incentivos ao crédito imobiliário e também hedge cambial (proteção ao risco da variação da taxa de câmbio dos financiamentos) para quem quer investir em projetos ligados à transição energética, visando a expansão do crédito para imóveis. Empreenderores de porte semelhante ao Brasil conseguiram alavancar o crescimento com investimentos nesse setor, o que se reflete na expectativa do presidente Lula de anunciar medidas para a compra de imóveis pela classe média.
Haddad, ministro da Fazenda, defende essa expansão e mencionou que está em estudo a criação de um mercado secundário de títulos imobiliários, buscando mais disponibilidade creditícia nesse segmento. A expectativa é viabilizar cerca de R$ 6 bilhões em empréstimos, mas ainda não há um cálculo de quantas pessoas poderão ser atendidas. O programa visa garantir a disponibilidade de linha de crédito para beneficiar o maior número possível de famílias, de acordo com a proposta do governo.
Fonte: G1 – Política
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