ouça este conteúdo
Revelações de espionagem do governo geraram batalha judicial sobre site legal, defesa confidencial de milhares de documentos confidenciais.
Depois de uma longa batalha legal de 14 anos, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, admitiu ser culpado em acusação por espionagem contra os EUA durante audiência em tribunal americano nas Ilhas Marianas do Norte, na Micronésia, nesta terça-feira (25).
O Wikileaks é reconhecido como uma importante plataforma de vazamentos de informações confidenciais, contribuindo significativamente para a transparência e liberdade de imprensa em todo o mundo. Os vazamentos divulgados pelo site legal têm gerado debates e impactos em diversos setores da sociedade.
Wikileaks: A Polêmica dos Vazamentos de Documentos Secretos
A audiência formalizou um acordo judicial feito pelo ativista com os EUA e ele se tornou um homem livre. Quem é Julian Assange e o que é WikiLeaks? Entenda a batalha que envolve vazamento de documentos secretos dos EUA. Como parte do acordo, Assange se declarou culpado de uma única acusação criminal de espionagem – em vez das 18 que ele enfrentava originalmente – para obter e divulgar documentos confidenciais de defesa nacional dos EUA. A sentença imposta pelos juízes vai levar em conta o tempo que Assange passou na prisão, o que permitirá que Assange volte de forma imediata à Austrália.
O site Wikileaks foi responsável pela revelação de milhares de documentos confidenciais, com informações sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão, além de envolver uma denúncia de espionagem do governo americano ao governo de Dilma Rousseff. Veja alguns dos vazamentos mais famosos do portal. Ataque americano ao Iraque: Um dos casos mais famosos revelados pelo grupo é da ação de um helicóptero militar dos EUA em Bagdá, no Iraque. Na operação, ao menos 12 civis foram alvejados pelos agentes, entre eles dois jornalistas da agência de notícias Reuters, que foram mortos: o fotógrafo da Reuters Namir Noor-Eldeen e o assistente Saeed Chmagh. Quando uma van chegou ao local para resgatar os feridos, ela também foi alvo de tiros. O ataque aéreo ocorreu em julho de 2007, mas os vídeos só foram divulgados em 2010, gerando protestos pelo mundo contra a ação das forças americanas.
Espionagem do governo Dilma Rousseff: Em 2015, uma lista classificada como ‘ultrassecreta’ da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA revelou que 29 telefones de ministros, diplomatas e assessores do governo Dilma Rousseff foram espionados pela agência de inteligência, incluindo a própria presidente. Segundo a lista do Wikileaks, os grampos foram instalados em embaixadas, no Banco Central e na residência de diplomatas. Depois da revelação, após uma reaproximação brasileira com o governo do então presidente Barack Obama, o Planalto afirmou que tratou a questão como parte de ‘um caso superado’, que não afetam os acordos firmados entre os países.
Guerra no Afeganistão: Em 2010, milhares de documentos referentes à Guerra no Afeganistão também foram publicados pelo Wikileaks. Os documentos foram obtidos pela ex-analista de inteligência do Exército dos EUA, Chelsea Manning. O material inclui assassinatos não relatados de civis afegãos pelas forças militares americanas, sejam eles resultado de ataques do grupo terrorista Talibã em estradas, ou em missões da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que não tiveram sucesso.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
Comentários sobre este artigo