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Governo brasileiro retaliou as celebrações dos 45 anos da Revolução Sandinista. Decisão de congelamento das relações diplomáticas com a Nicarágua foi tomada após críticas do presidente Lula.
O embaixador do Brasil na Nicarágua, Breno Souza da Costa, sofreu uma expulsão do país, o que resultou em retaliação do governo brasileiro, que expulsou a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matu. A expulsão aconteceu devido à ausência de representantes brasileiros nas comemorações dos 45 anos da Revolução Sandinista, em Manágua. O Itamaraty justificou a falta de presença devido ao congelamento das relações diplomáticas, em resposta à prisão de padres e bispos na Nicarágua. Até o momento, o governo nicaraguense não se pronunciou sobre a expulsão do diplomata brasileiro.
Em meio a esse cenário tenso, a situação diplomática entre Brasil e Nicarágua se torna cada vez mais delicada, com a possibilidade de ocorrer uma retirada em massa de representantes de ambos os países. A expulsão do embaixador brasileiro levanta questões sobre a estabilidade das relações bilaterais e a necessidade de diálogo para evitar uma deportação em larga escala. É fundamental que os líderes dos dois países busquem soluções pacíficas para evitar um possível despejo completo das representações diplomáticas.
Expulsão da embaixadora da Nicarágua gera tensão entre Brasil e Nicarágua
Em resposta, o governo brasileiro decidiu expulsar a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matu. A decisão foi tomada durante uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na manhã desta quinta-feira. A informação inicial sobre a expulsão de Breno da Costa foi noticiada pela imprensa da Nicarágua, com base em fontes diplomáticas do país na quarta-feira.
As relações entre Brasil e Nicarágua tinham se deteriorado havia algumas semanas, após a embaixada brasileira não enviar representantes às celebrações oficiais pelos 45 anos da Revolução Sandinista, que aconteceram em Manágua em 19 de julho. A decisão pela expulsão, segundo a imprensa nicaraguense, ocorreu em retaliação à ausência brasileira no evento – o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, é um ex-guerrilheiro do movimento sandinista.
Segundo o Itamaraty, o embaixador não foi ao evento por conta do congelamento das relações diplomáticas entre Brasil e Nicarágua. O governo brasileiro decidiu congelar as relações por um período de um ano em retaliação à prisão de padres e bispos no país. Em 2022, o governo de Daniel Ortega iniciou uma ofensiva contra a Igreja Católica do país, confiscando imóveis, dissolvendo ordens jesuítas e prendendo padres e bispos que denunciavam a guinada autoritária do líder esquerdista.
O Brasil tentava atuar como mediador entre o Vaticano e Manágua e pedia que o governo nicaraguense que soltasse bispos presos no país desde 2022. O governo da Nicarágua ainda não havia se manifestado sobre a expulsão do diplomata brasileiro até a última atualização desta reportagem. Segundo o índice V-DEM, que mede o status das democracias pelo mundo, a Nicarágua é uma autocracia. O presidente é Daniel Ortega, reeleito para o quarto mandato em 2021, em eleições apontadas pelos Estados Unidos como nem justas nem livres. Ortega é um ex-guerrilheiro de um movimento de esquerda dos anos 1970 conhecido como sandinista.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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