Especialista avisa sobre riscos da interação com hologramas de pessoas falecidas: virtual luto, deep tech, fake termos, ghostbots, fantasmas digitais, interativa perdas, ligação avatares.
Nota do editor: Nigel Mulligan é professor assistente em Psicoterapia na Escola de Enfermagem, Psicoterapia e Saúde Comunitária da Universidade da Cidade de Dublin, na Irlanda. É importante lidar com o luto de forma saudável para evitar que os fantasmas digitais permaneçam na nossa jornada.
Os seres digitais podem assumir diferentes formas, desde avatares até manifestações geradas-por-AI. É intrigante como a resurreição de informações online pode criar uma presença virtual duradoura. Entender esses fantasmas digitais é parte essencial para lidar com o luto no mundo virtual.
Fantasmas Digitais: A Nova Fronteira da Interatividade Virtual
A ressurreição virtual de seres queridos falecidos é agora uma realidade. Em 2020, Kim Kardashian recebeu um holograma de seu pai, Robert Kardashian, como presente de aniversário. A emoção de ver um ente querido em forma virtual, interagindo e falando, pode trazer conforto para aqueles que ficaram para trás. A ideia de ter a sensação de que um ente querido falecido está de volta, mesmo que seja por meios tecnológicos, levanta questões sobre o impacto emocional e psicológico desse tipo de interação.
A tecnologia de inteligência artificial trouxe à tona os chamados ‘fantasmas digitais’, criados a partir de deep fake e outras tecnologias avançadas. Esses avatares gerados por AI possibilitam interações aparentemente reais com pessoas que já partiram, através de conversas e comportamentos simulados. Mas até que ponto esses ghostbots são benéficos para o processo de luto?
A utilização de ghostbots como uma forma de manter a conexão com os falecidos pode ser vista como uma forma de consolação. Permitir que os enlutados expressem sentimentos não resolvidos ou façam perguntas pode trazer algum alívio emocional. No entanto, a linha tênue entre conforto e dependência emocional é um ponto de preocupação.
Estudos apontam que a presença prolongada de fantasmas digitais na vida de alguém em luto pode resultar em confusão emocional, estresse adicional, e até mesmo problemas de saúde mental como depressão e paranoia. Os processos naturais do luto podem ser interrompidos ou distorcidos pela presença constante de um avatar digital de um ente querido falecido.
Enquanto os avanços tecnológicos nos permitem criar interações cada vez mais realistas com fantasmas digitais, é essencial abordar cuidadosamente os impactos psicológicos dessa ressurreição virtual. Encontrar um equilíbrio saudável entre o conforto temporário e a necessidade de seguir em frente é crucial para garantir que a tecnologia de ghostbots seja uma ferramenta de apoio, e não um obstáculo, no processo de luto e na saúde mental de quem os utiliza.
Fonte: © CNN Brasil
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