Deputados de 3 frentes parlamentares têm baixa presença. 18 integrantes votaram, 106 estavam ausentes ou se abstiveram.
As articulações fracassadas nesta quarta-feira (10) para libertar o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) – suspeito de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco, em 2018 – contaram com o apoio significativo de membros das chamadas ‘bancadas BBB’: do Boi, da Bala e da Bíblia.
Dos 129 deputados que apoiaram a liberação de Brazão, 101 pertencem a uma ou mais dessas bancadas – e 18 fazem parte das três.
Entre as 106 ausências e abstenções (deputados presentes que não votaram) contabilizadas, 66 eram de políticos ligados ‘ao boi, à bala ou à Bíblia’. Nove deles defenderam os três temas.
A mobilização frustrada nesta quarta-feira (10) para soltar o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) – suposto mentor do assassinato de Marielle Franco, em 2018 – teve o suporte importante de parlamentares das chamadas ‘bancadas do Boi, da Bala e da Bíblia’.
Dos 129 deputados que votaram pela soltura de Brazão, 101 fazem parte de alguma dessas bancadas – e 18 integram as três.
Entre as 106 ausências e abstenções (quem registrou presença, mas não votou) registradas, 66 foram deputados ligados ‘ao boi, à bala ou à Bíblia’. Nove deles defendem os três temas.
Prisão de Chiquinho Brazão e as bancadas do Boi, da Bala e da Bíblia
No desfecho da votação sobre a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, as ausências e abstenções também tiveram peso significativo. Eram necessários 257 votos a favor para que a prisão fosse mantida, e o placar final indicou a presença de 277 votos ‘sim’, 20 a mais que o mínimo exigido.
- Veja os detalhes sobre como cada deputado votou e os votos por partido
Essa avaliação foi feita pelo g1 ao analisar a sessão no plenário da Câmara, ocorrida na noite de quarta, e as listas dos integrantes das três principais bancadas do Congresso:
- Frente Parlamentar Evangélica
- Frente Parlamentar da Agropecuária
- Frente Parlamentar Armamentista
A Câmara dos Deputados é composta por 513 parlamentares, e o presidente, Arthur Lira (PP-AL), geralmente não participa das votações. A distribuição dos votos foi a seguinte:
- 277 votos ‘sim’ – pela manutenção da prisão de Brazão;
- 129 votos ‘não’ – pela soltura de Brazão;
- 28 abstenções – deputados presentes que não votaram;
- 78 ausências – deputados que não registraram presença ou votaram.
Dos 129 que votaram ‘não’, ou seja, pela soltura de Brazão, 101 têm vínculo com ao menos uma das três bancadas BBB (evangélica, agropecuária ou armamentista). De fato, 18 deputados que votaram pela soltura de Brazão têm ligação com as três bancadas:
- Bia Kicis (PL-DF)
- Carlos Henrique Gaguim (União-TO)
- Carlos Jordy (PL-RJ)
- Caroline de Toni (PL-SC)
- Coronel Chrisostomo (PL-RO)
- Delegado Éder Mauro (PL-PA)
- Dr. Frederico (PRD-MG)
- Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
- Evair Vieira de Melo (PP-ES)
- General Girão (PL-RN)
- Giovani Cherini (PL-RS)
- José Medeiros (PL-MT)
- Lafayette de Andrada (Republicanos-MG)
- Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP)
- Magda Mofatto (PRD-GO)
- Sanderson (PL-RS)
- Vermelho (PL-PR)
- Ze Vitor (PL-MG)
Nova composição da bancada BBB
Entre os 106 que não compareceram ou se abstiveram, 66 estão associados às bancadas ‘do boi, da bala ou da bíblia’. Realmente, nove parlamentares estão presentes nas três frentes parlamentares:
- Arthur Oliveira Maia (União-BA) – abstenção
- Domingos Savio (PL-MG) – ausente
- Emidinho Madeira (PL-MG) – ausente
- Gilberto Nascimento (PSD-SP) – ausente
- Greyce Elias (Avante-MG) – ausente
- Julio Cesar (PSD-PI) – ausente
- Lincoln Portela (PL-MG) – ausente
- Moses Rodrigues (União-CE) – ausente
- Pedro Lupion (PP-PR) – ausente
Decisão da Câmara e suas implicações
Com o resultado de 277 votos a favor e 129 votos contra, Chiquinho Brazão seguirá preso. Ele está sob custódia desde o dia 24 de março, acusado de ser um dos três mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) em 2018, no centro do Rio.
A prisão foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes e teve apoio unânime da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, a Constituição estabelece que a prisão de parlamentares no exercício do cargo deva passar pela aprovação do plenário da Câmara (no caso de deputados) ou do Senado (no caso de senadores).
Nos últimos dias, partidos de centro e direita mobilizaram-se para tentar reverter a prisão, alegando que esta seria arbitrária ou mal fundamentada, e representaria uma suposta agressão às prerrogativas dos parlamentares.
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Fonte: G1 – Política
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