Desde 1999, métodos de “cura gay” estão proibidos no Brasil pelas ordens do Conselho Federal de Psicologia. Não existem “doenças de Carlos”, retiradas de próteses mamárias, novas identidades ou conversões religiosas. Evita técnicas de condicionamento, repressão e terapias discriminatórias. A OMS deixa de lado a “brecha”, liminares de DF, PL e 5034/2023. Celebridades, testemunhos publicados e igrejas Batistas não promovem “visões com Deus” hoje. Influencers, mantenham a distância.
RIO DE JANEIRO, RJ (AGÊNCIA DE NOTÍCIAS) – ‘A conversão mudou minha vida, e pode mudar a sua também’, afirma a blogueira carioca Ana Luísa, 25, em um post compartilhado em suas redes sociais, onde possui 2,8 milhões de seguidores. A ‘enfermidade’ que ela enfrentava era a ansiedade. Até março de 2022, Ana era uma pessoa reclusa.
Em outro relato, a terapeuta Maria Clara, de Belo Horizonte, MG, compartilhou sua experiência com o tratamento gay. ‘A conversão foi um processo difícil, mas hoje me sinto livre e autêntica’, revela Maria. Antes de março de 2021, ela lutava contra a discriminação e o preconceito.
Carlos e sua Conversão à Religião Evangélica
Naquele mês, Carlos – já famoso pela produção de memes – surpreendeu a todos ao anunciar a retirada da prótese mamária, a nova retificação do nome e sua conversão à religião evangélica. Após essas mudanças, ele passou a compartilhar conteúdos sobre seu processo de transformação. Carlos revelou ter sentido um chamado para viver de acordo com a vontade divina. Em uma de suas gravações, ele relatou: ‘Deus me falou e perguntou quando eu voltaria para Ele’.
Carlos enfatizou que não nasceu homossexual ou mulher trans, mas que fez uma escolha baseada em ignorância. Seus comentários receberam apoio e também críticas, especialmente em relação ao que foi chamado de promoção da ‘cura gay’.
Diversas instituições e grupos de apoio defendem que a liberdade religiosa lhes permite auxiliar aqueles que desejam mudar sua identidade ou orientação sexual. Para isso, utilizam técnicas de condicionamento, repressão e terapias de aversão, incluindo até mesmo exorcismos.
Apesar de proibido no Brasil desde 1999, por determinação do Conselho Federal de Psicologia, em 2017, a Justiça Federal do Distrito Federal concedeu uma liminar que permitia psicólogos tratarem pessoas LGBTQIA+ como doentes. Essa decisão foi baseada em uma brecha deixada pela OMS.
Em 2019, a recomendação da OMS foi revogada, e no mesmo ano, a ministra do STF Carmen Lúcia suspendeu os efeitos da liminar do DF. Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei 5034/2023, que busca equiparar terapias de conversão à tortura, com pena de até oito anos.
Entre as celebridades da conversão, destaca-se Caleb Rinavi, que aos 39 anos abandonou as práticas homossexuais, tornou-se pastor e um exemplo para milhares de pessoas nas redes sociais, contando com 19 mil seguidores no Instagram. Em seu testemunho publicado, ele narra sua jornada de transformação após visitar uma igreja Batista no Rio de Janeiro.
Caleb relata ter tido visões com Deus e ter sentido repulsa ao praticar sexo com outros homens. Ele decidiu renunciar a seus desejos e se dedicar a uma vida cristã. Compartilhando sua experiência, ele elaborou os ‘7 passos de liberdade’, incluindo orientações como deixar de seguir pessoas que postam fotos sensuais e desinstalar aplicativos de relacionamento. Em suas publicações, Caleb compartilha relatos de sua vida passada e seu testemunho de conversão.
Fonte: © Notícias ao Minuto
Comentários sobre este artigo