Saldo do Dia: Bolsa cai 128 mil pontos pela 1ª vez desde agosto pela demora em anunciar pacote de cortes de despesas e decepção com pacote de estímulos à economia chinesa, impactando empresas de mineração e siderurgia, acima das expectativas de um cenário ideal para fugir para colinas.
Em meio às incertezas da economia global, o conceito de inflação ganha destaque. Atualmente, não é um tema novato, mas sua solução ainda é um desafio. A inflação é o aumento na quantidade de moeda em circulação, sem reflexo na quantidade de bens e serviços produzidos. Isso geralmente é causado por um excesso de moeda e/ou por uma redução no abastecimento de bens e serviços.
Podemos observar como a inflação está afetando diretamente os preços dos produtos de consumo. A inflação alta tende a aumentar os preços dos produtos básicos, como alimentos e combustíveis, tornando-os mais caros para o consumidor. Além disso, a inflação também pode afetar a rentabilidade das empresas, pois elas precisam lidar com os preços mais altos dos produtos que compram para reverter para os produtos que vendem. Isso pode levar a uma redução na competitividade das empresas e, consequentemente, a uma perda de empregos.
Volatilidade no mercado
A apostas animadoras no pacote de cortes de despesas, que empurrou o Ibovespa para baixo, também influenciou a inflação acima das expectativas e do teto da meta. No cenário de ideal para fugir para colinas, ativos de segurança foram escolhidos por investidores. O Ibovespa recuou 1,43%, aos 127.830 pontos, menos patamar desde 7 de agosto, última vez que ficou abaixo dos 128 mil pontos.
Perdas no mercado
No mês, que registrava alta no começo da semana, agora anota perdas de 1,45%. No acumulado do ano, as perdas subiram para 4,74%. O volume financeiro no Ibovespa atingiu R$ 22,3 bilhões, um dos maiores giros das últimas semanas, acima da média diária de R$ 16,5 bilhões, calculada com base nos últimos 12 meses.
Eleições e decisões monetárias
A semana foi marcada por alta volatilidade, com altas e quedas bruscas, na medida em que o mundo conhecia o resultado das eleições para presidente americano. Houve ainda decisões monetária aqui e nos Estados Unidos, ansiedade e dúvidas em torno de pacote de corte de despesas e estímulos na China.
Inflação oficial
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,56% em outubro, marcando uma aceleração em relação a setembro, quando subiu 0,44%. O resultado do mês ficou acima da expectativa, que era de avanço de 0,54%. Em 12 meses, a inflação acelerou de 4,42% para 4,76%.
Implicações para a política de juros
O resultado do IPCA acima das expectativas trouxe um cenário de incerteza em relação à política de juros. Fica claro que esse resultado alimenta a possibilidade de que o Banco Central (BC) mantenha a Selic elevada por um período prolongado, o que pressiona os juros futuros e gera aversão ao risco entre investidores, tornando o ambiente doméstico ainda mais desafiador.
Taxas de juros
Depois de um breve recuo nos vencimentos prazo mais longo ontem, as taxas voltaram a subir diante da expectativa de uma Selic maior e da descrença de que o quadro fiscal seja estabilizado. A Taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 saiu de 13% para 13,06% ao ano.
Impacto da China
Além da inflação e do risco fiscal, a China foi o outro grande ponto de descontamento do mercado hoje. Segundo Iarussi, o anúncio do estímulo chinês não foi suficiente para aumentar a demanda por commodities, o que impactou negativamente moedas de países emergentes, como o real.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo