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O resultado inesperado deixa o presidente francês Emmanuel em um dilema, sem que nenhum partido seja capaz de formar um governo por si só.
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu ao seu primeiro-ministro, Gabriel Attal, que permaneça no cargo ‘por enquanto, para garantir a estabilidade da França’, depois de nenhum partido sair com maioria absoluta na eleição para o parlamento do país. Attal, que liderou a campanha eleitoral da aliança governista Ensemble!
Em um movimento surpreendente, o líder francês mostrou sua preocupação com a situação política do país europeu, destacando a importância da continuidade de Attal na liderança do governo da França. A decisão de Macron reflete a necessidade de estabilidade em tempos de incerteza política.
Impasse político na França após demissão de Gabriel Attal
O partido Ensemble! entregou a sua demissão ao presidente francês Emmanuel Macron nesta segunda-feira (8/7), mas o líder recusou. Embora o Ensemble! tenha perdido muitos dos seus assentos nas eleições parlamentares de domingo, o partido ficou em segundo lugar, atrás da aliança de esquerda Nova Frente Popular, mas à frente da direita radical do Reunião Nacional, de Marine Le Pen, que despontava como favorita. O resultado inesperado deixou a política francesa em um impasse, sem que nenhuma coalizão seja capaz de formar um governo por si só.
A Nova Frente Popular, bloco formado às pressas depois de Macron ter convocado as eleições legislativas, argumenta que, por ter conseguido o maior número de cadeiras na Assembleia Nacional, possui o direito de escolher o primeiro-ministro. Eles devem se reunir nesta segunda-feira para considerar um nome para o cargo, mas não há nenhum candidato óbvio que satisfaça o bloco, formado pelo partido França Insubmissa (LFI), bem como os socialistas, ecologistas e comunistas.
O primeiro-ministro Gabriel Attal anunciou que renunciaria no domingo à noite, mas deixou em aberto a possibilidade de permanecer no cargo enquanto fosse necessário. Era amplamente esperado que a sua demissão fosse rejeitada quando ele visitou o palácio presidencial na manhã de segunda. O presidente Macron deverá voar para os EUA na terça-feira (9/7) para uma reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Embora ainda não esteja claro por quanto tempo ele precisa que Attal permaneça no cargo, o presidente deixou claro que a França precisa agora de um período de calmaria. Paris acolherá os Jogos Olímpicos a partir de 26 de julho. O ministro das Finanças, Bruno Le Maire, alertou nesta segunda que o país enfrenta um risco imediato de crise financeira e declínio econômico.
Desde que os resultados foram divulgados, Macron tem procurado se manter afastado da disputa política. Um comunicado divulgado no domingo à noite dizia que o presidente respeita a ‘escolha do povo francês’ e espera o quadro completo do parlamento para tomar as próximas decisões necessárias. Esperava-se que o Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen e Jordan Bardella, vencesse as eleições, depois de assumir uma significativa liderança no primeiro turno. Macron convocou a votação parlamentar antecipada da França em resposta à vitória do RN nas eleições para o Parlamento da União Europeia há apenas um mês. Mas mesmo que a sua votação tenha se mantido, com mais de 10 milhões de pessoas apoiando o RN e um grupo de aliados conservadores, eles não conseguiram.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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