Petrobras deve aguardar antes de mudar preços de combustíveis devido à guerra no Oriente Médio e aumento da tensão no mercado futuro do barril.
A empresa Petrobras, na visão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não deve reagir prontamente ao aumento da tensão nos mercados devido à entrada direta do Irã no conflito no Oriente Médio.
Inicialmente, deve aguardar a reação de Israel aos ataques do Irã. Além disso, é necessário observar se realmente haverá uma piora no mercado e se um eventual aumento permanente no preço do barril do petróleo ocorrerá.
Esta situação representará um desafio para a Nova Estratégia Comercial da Petrobras, que, de acordo com assessores da estatal, possui a ‘virtude de não transferir a volatilidade para o consumidor de imediato’.
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Impacto das Tensões no Oriente Médio
Nesta segunda-feira (15), o mercado futuro do barril do petróleo abriu em leve baixa, cotado na casa de US$ 89,60, mas oscilando e podendo mudar de direção a depender das notícias vindas de Israel e Irã.
Na avaliação do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, o petróleo pode superar os US$ 100, ‘mas não é certo’.
Segundo ele, o que pesa para um preço mais comportado é a eficiência demonstrada por Israel na sua defesa aos drones iranianos. ‘Outro fator a ser analisado é se o Irã vai se dar por satisfeito e tudo ficará do jeito que está’, afirmou.
Ele destaca que a oferta dos países que não pertencem à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) voltou a crescer e a economia mundial continua com juros altos.
‘Portanto, não me surpreenderia que o barril continue abaixo dos US$ 100. Lembrando que na última semana chegou a 90. Quanto à defasagem no caso da gasolina, está acima de 20%, e do diesel acima de 10%’, acrescentou Adriano Pires.
Entrada Direta no Conflito
No campo diplomático, a intensidade dos efeitos do agravamento da guerra no Oriente Médio na economia brasileira e mundial vai depender exatamente da resposta de Israel aos ataques do Irã.
O governo iraniano disse que o ataque foi pontual e já está concluído, como um ato de defesa pelos ataques de Israel à embaixada do Irã na Síria.
Líderes mundiais estão pedindo para que Israel não revide e evite uma escalada da crise na região. O fato é que os mercados já estavam instáveis por causa de uma inflação mais persistente nos Estados Unidos, levando a um atraso no início da queda dos juros por lá.
Agora, a situação no Oriente Médio é um novo fator de tensão nos mercados. Isso tudo vai tornar a vida da equipe econômica no Brasil mais complicada e pode afetar a estratégia do Banco Central de redução da taxa de juros.
Fonte: G1 – Política
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