Saldo do Dia: Pressões negativas superaram o avanço da Vale, com queda de papéis como Petrobras e bancos, zerando ganhos da recuperação da bolsa em agosto, em meio a alta de juros e disputa pela Casa Branca.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, sofreu uma queda significativa, contrariando a tendência positiva observada nos mercados europeus e norte-americanos. Enquanto os índices internacionais apresentavam uma recuperação, reduzindo as perdas acumuladas em setembro, o Ibovespa viu seus ganhos do ano serem anulados.
A alta da Vale, uma ação de peso no Ibovespa, não foi suficiente para compensar as pressões negativas exercidas pela queda de papéis fortes como a Petrobras e os bancos. A carteira teórica de um investidor que apostou no Ibovespa pode ter sofrido uma perda significativa. A volatilidade do mercado pode ser um desafio para os investidores que buscam estabilidade. A bolsa brasileira continua a ser um mercado complexo e sujeito a flutuações, tornando a gestão de uma carteira de investimentos um desafio constante.
Revisão do Ibovespa
A carteira teórica do Ibovespa apresentou uma queda de 0,48%, fechando em 134.029 pontos. Essa mudança de direção no ano, que anteriormente apresentava ganhos acumulados com a recuperação em agosto, agora volta a apresentar um cenário de perdas. No mês, a queda é de 1,45% e, no ano, 0,12%. O volume de recursos nas negociações foi de R$ 12,7 bilhões, abaixo da média diária de R$ 16,6 bilhões nos últimos 12 meses.
Influências Externas no Ibovespa
O Banco Central Europeu (BCE) reduziu novamente os juros na zona do euro, o que foi bem recebido no continente e levou as bolsas a uma recuperação. Nos Estados Unidos, a inflação ao produtor (PPI) atendeu às expectativas e reforçou as apostas em um corte de juros na próxima semana. Após um mês de perdas, as ações de empresas de tecnologia no exterior voltaram a atrair investidores, o que, segundo a gestora Priscila de Araújo, da O3 Capital, foi um dos motivos que contribuiu para a queda da bolsa brasileira, reduzindo o fluxo de investimento estrangeiro que entrou em agosto e fez o Ibovespa subir no período.
Análise do Mercado
A atividade de varejo veio acima das projeções, sugerindo que a economia segue fortalecida e o que levaria a uma necessidade de juros altos por mais tempo. Dessa forma, setores sensíveis a juros tiveram um dia de queda, como é o caso das varejistas. Os dados de venda no varejo de julho vieram mais fortes que o mercado esperava, mostrando que a economia está bem aquecida e sinalizando uma persistência inflacionária. Assim, aumentaram as apostas no mercado que sobe 0,50 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), afirma a gestora.
Impacto no Câmbio
Seguindo o bom humor do mercado internacional, o dólar recuou, diante de expectativa de queda de juros nos Estados Unidos. Neste contexto, os mercados emergentes voltam a ganhar relevância para quem busca otimizar os ganhos, o que faz com que as moedas desses países voltem a se apreciar ante à americana. Na sessão, o dólar recuou 0,51%, negociado a R$ 5,62. No mês, a moeda acumula desvalorização de 0,24%. Mas ainda segue 15,80% mais caro no ano. Outro fator que pode ter influenciado o câmbio é a disputa pela Casa Branca. No momento em que as bolsas de apostas continuam a apontar para uma vantagem da democrata Kamala Harris em relação ao republicano Donald Trump.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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