Investidores recuam após rumores de mudanças no conselho da Petrobras, agravando incertezas fiscais e a queda de braço no Planalto.
A bolsa brasileira, o Índice Bovespa, enfrentou mais uma turbulência com o governo, que em vez de ouvir os investidores optou por seguir seu próprio plano de ação. Isso é um cenário recorrente, onde o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou fortalecer a confiança, mas não obteve sucesso.
Em resposta, os investidores se sentiram desestimulados, perdendo a credibilidade do governo. Como resultado, o Índice Bovespa sofreu uma queda. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou reparar a situação, mas o dano já estava feito. É mais um exemplo de como o governo não reage adequadamente às necessidades dos investidores. A reação dos investidores ao governo é um tema delicado e o Índice Bovespa sofreu as consequências disso.
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A disputa por poder no governo federal terminou em um desastre de comunicação. O anúncio inoportuno de mudanças na administração da Petrobras, no final da tarde de quarta-feira (4), trouxe um tom sombrio para o mercado. As propostas de reforma da renda, embora importantes, foram subsumidas por essa notícia chocante. As medidas fiscais, apesar de serem fundamentais, pareceram desencontradas em relação ao que o país precisa. O Ibovespa, que vinha mostrando uma recuperação tímida, sofreu uma queda de 0,04% nos 126.087 pontos, encerrando a sessão praticamente sem movimentações. A perda acumulada este ano chega a 6,04%, apesar de ter salva uma ganância de 0,33% na semana.
Dos 86 ativos da carteira teórica, 45 fecharam em queda. A ação da Petrobras, com 13,5% de peso na carteira, é a responsável pelo rumo do Ibovespa. A preferencial (PETR4) encerrou o dia em queda de 0,63% a R$ 39,25, enquanto a ordinária (PETR3) caiu 0,96% a R$ 42,37. De acordo com a colunista Malu Gaspar, o governo pretende indicar Bruno Moretti para a presidência do Conselho de Administração da Petrobras, substituindo Pietro Mendes, que será indicado para a diretoria da ANP.
O fluxo de capital estrangeiro no mercado secundário da B3 está negativo em R$ 33,8 bilhões entre janeiro e outubro deste ano. Isso significa que os investidores estrangeiros estão vendendo mais do que comprando ativos locais. O quadro debilita a entrada de dólares no país, enfraquecendo o real e encarecendo a moeda americana. No acumulado do ano, o dólar valorizou 24,63% contra o real. A preocupação com o risco de intervenção governamental não é nova e afeta os ativos favoritos dos gringos na bolsa brasileira.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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