Índice Nacional volta a ficar abaixo dos 130 mil pontos devido à inflação, disparada dos juros, queda nos preços do minério de ferro e petróleo, e Taxas de Contratos no Mercado de Capitais.
No mercado financeiro brasileiro, os juros continuam a influenciar a economia, e o Ibovespa, principal índice do mercado de ações do Brasil, reflete essa tendência. Com o recuo nos preços das commodities, o índice já começou o pregão em tendência de queda, o que pode afetar os juros aplicados nos investimentos.
Além disso, os resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro também contribuíram para a aversão ao risco. As taxas de inflação mais altas do que o esperado podem levar a uma alta nos juros para controlar a inflação, o que pode afetar os retornos dos investimentos. Isso pode levar a uma mudança nos preços dos ativos financeiros, tornando-os mais caros para os investidores.
Impacto dos Juros no Mercado
Os dados recentes mostraram uma aceleração da inflação, levando as taxas a dispararem, e indicando que o aperto monetário para conter o avanço dos preços deverá ser mais agressivo. Isso significa que mais juros podem estar a caminho. Essa tendência de alta nos juros afeta todos os setores da bolsa, desde exportadoras até empresas ligadas ao mercado doméstico, que se prejudicam em ambiente com juros mais altos.
O Ibovespa cedeu 1,18% e encerrou abaixo dos 130 mil pontos pela primeira vez em dois meses. A queda no acumulado de outubro se aprofundou para 141%. No ano, o prejuízo subiu para 3,15%. O giro financeiro foi fraco, alcançando R$ 15,3 bilhões durante as negociações, abaixo da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,6 bilhões.
Repercussão dos Juros nos Investidores
De acordo com Felipe Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, o desânimo dos investidores com o IPCA se justifica por conta da reversão da deflação observada no período anterior, ficando acima da expectativa do mercado. O índice de preços foi impulsionado pelos produtos alimentícios e pela energia elétrica. Além disso, a ata do Banco Central americano (Federal Reserve) com os detalhes da decisão de baixar os juros evidenciou tendência de desaceleração da economia americana, com consequente risco de aumento de desemprego.
Isso significa que o ambiente de juros mais altos deve permanecer não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos, que talvez não possa reduzir as taxas na velocidade que o mercado gostaria. Com a perspectiva de cortes menos agressivos, os juros dos títulos públicos americanos (treasuries) voltaram a subir, ajudando na valorização do dólar em relação a moedas emergentes como o real.
Impacto nos Preços e no Câmbio
A moeda americana subiu 1%, negociado a R$ 5,58. Em outubro, o real já se desvalorizou 2,58% ante o dólar, chegando a perdas de 15,15% no acumulado do ano. Outro fator de forte influência no câmbio e bolsa é a queda nos preços das commodities. Tanto o minério de ferro quanto o petróleo inverteram a tendência do início do mês e voltaram a cair. Quando as commodities caem, também diminui o fluxo de dinheiro estrangeiro nos países emergentes que dependem desses produtos.
No mercado brasileiro de juros futuros, o investidor se mostrou bastante reativo ao IPCA acima do esperado e ao aumento dos retornos dos títulos públicos nos Estados Unidos. A curva de juros continua achatada e invertida, sugerindo mais juros para o curto prazo e menos para o longo prazo. A Taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 teve a menor variação do dia, subindo de 11,08% para 11,10% ao ano.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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