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Dados do Atlas da Violência 2024, pelo Ipea e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram a taxa letal de homicídios e a vulnerabilidade à violência.
(FOLHAPRESS) – A cada 12 minutos, um indivíduo negro foi alvo de homicídio no Brasil, desde o começo de janeiro de 2012 até o término de 2022. Um total de 445.442 negras e negros sofreram assassinato nesse intervalo, quantidade que ultrapassa em mais de três vezes a registrada entre a população não negra.
Nesse mesmo período, a violência mortal atingiu de forma alarmante a comunidade negra, evidenciando a gravidade do crime violento no país. É essencial combater essa realidade e buscar soluções eficazes para reduzir a morte violenta de pessoas negras no Brasil. vítima de homicídio
Homicídio: Análise do Atlas da Violência 2024
Os dados revelados pelo Atlas da Violência 2024, divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nesta terça-feira (18), trazem informações alarmantes sobre a realidade do homicídio no Brasil. O estudo destaca que a população negra, composta por pretos e pardos, continua sendo a mais afetada por esse crime violento.
Apesar de uma redução na taxa de homicídios de negros a partir de 2017, em 2022, os negros ainda representavam 76,5% de todas as vítimas de homicídio no país. A taxa de homicídios entre negros era de 43,1 a cada 100 mil habitantes, diminuindo para 29,7 ao longo dos anos.
Por outro lado, a taxa de homicídios de pessoas brancas, indígenas e amarelas foi significativamente menor, mantendo-se em patamares mais baixos. Em 2017, a taxa era de 16,1 homicídios a cada 100 mil habitantes, caindo para 10,8 em 2022.
Esses dados evidenciam que o risco de uma pessoa negra ser vítima de homicídio no Brasil é 2,8 vezes maior em comparação aos não negros, refletindo uma desigualdade preocupante. A vulnerabilidade à violência letal varia de acordo com a região, sendo Alagoas o estado com o maior risco relativo de homicídio para negros, com uma probabilidade 23,7 vezes maior do que para outras tonalidades de pele.
Além disso, o Atlas da Violência destaca que a cor da pele e a idade são fatores determinantes para as vítimas de homicídio no país. Cerca de metade dos homicídios registrados em 2022 foram de pessoas entre 15 e 29 anos, com uma média de 62 mortes violentas de jovens nessa faixa etária por dia.
Embora tenha havido uma queda na quantidade de homicídios no país, especialmente entre 2017 e 2019, a diminuição da violência não foi uniforme. O documento ressalta que a redução das taxas de homicídios entre jovens negros e brancos ampliou a desigualdade em termos de vulnerabilidade à violência letal.
O estudo também aponta que a escolaridade exerce um papel protetivo relevante contra a violência letal, com efeitos diferentes para jovens negros e brancos, evidenciando a influência do racismo em diversos aspectos.
Uma descoberta marcante do Atlas da Violência foi que, pela primeira vez em 11 anos, a taxa de homicídio de indígenas se igualou à média nacional. Ao longo do período analisado, os homicídios contra pessoas indígenas sempre estiveram acima da média nacional, revelando um cenário de vulnerabilidade persistente.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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