Agentes invadiram missão diplomática para prender ex-vice-presidente, violando a Convenção de relações diplomáticas e asilo político.
O governo brasileiro manifestou sua indignação com a invasão da polícia equatoriana à embaixada do México em Quito e classificou o episódio como um desrespeito às leis internacionais.
A agressão ocorreu durante a noite de sexta-feira (5). De acordo com a Associated Press, um grupo de policiais foi até o local para prender Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador condenado a seis anos de prisão por corrupção.
Glas recebeu asilo político do México e encontrava-se na embaixada desde dezembro de 2023. Ele alega ser vítima de uma perseguição da Procuradoria-Geral do Equador. O governo mexicano anunciou a suspensão das relações diplomáticas com o país após o incidente.
Violência: Ataque à Convenção e às Relações Diplomáticas
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores denunciou que a ação constitui uma invasão da Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. Estes regulamentos estabelecem que os locais de uma missão diplomática são invioláveis.
‘A atitude promovida pelo governo equatoriano representa um grave precedente, devendo ser objeto de firme repúdio, independentemente da justificativa para sua realização. O governo brasileiro expressa, por fim, sua solidariedade ao governo mexicano’, afirma a nota do Itamaraty.
Incursão na Convenção e nas Relações Diplomáticas
De acordo com a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas, de 1961, os locais de missões de um país dentro de outro — como embaixadas e consulados — são considerados invioláveis. Equador e México ratificaram o tratado na década de 1960.
Conforme o acordo, a entrada de agentes de estado dentro desses locais depende da autorização do chefe da missão estrangeira. Ou seja, no caso do Equador, a polícia teria que pedir permissão ao embaixador mexicano para entrar na Embaixada do México.
Fonte: G1 – Política
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