Vale mantém Eduardo Bartolomeo até o fim do ano apesar de reação negativa. Novo substituto será decidido pelo Conselho de Administração.
Em uma reviravolta inesperada, o governo Lula viu seu esforço ser recompensado com a manutenção de Eduardo Bartolomeo como CEO da Vale, pelo menos até o final do ano. A decisão foi tomada por maioria, apesar da controvérsia. Dos treze membros do conselho, apenas dois votaram contra a prorrogação do contrato com Bartolomeo, sugerindo a necessidade de uma nova gestão na mineradora.
A administração estava determinada a indicar um substituto para Bartolomeo, tentando emplacar o nome do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas a reação foi negativa e teve de recuar. Agora, a dúvida é se o governo ainda tentará impor um nome para liderar a mineradora.
Contrato de Eduardo Bartolomeo e a decisão do governo
O contrato de Eduardo Bartolomeo poderia ser prorrogado até dezembro de 2025, mas o conselho optou por mantê-lo só até o final do ano. O governo, oficialmente, nega qualquer interferência na mineradora. Contudo, a reação negativa do governo em relação à gestão de Bartolomeo tem sido evidente.
Conselheiros que eram contra a saída de Bartolomeo defendem que o novo CEO seja escolhido com base nas regras da empresa. Com a contratação de uma empresa de head hunter, que escolheria três nomes capacitados para tocar a mineradora. Esta é uma estratégia adotada para evitar a interferência do governo na administração da Vale.
A principal reclamação do governo é que Eduardo Bartolomeo não tem boa interlocução com a equipe do presidente Lula. O fato é que o governo gostaria de influenciar nas decisões da mineradora. Lula deixou isso claro quando disse em recente entrevista que a Vale não pode se sentir dona do Brasil e deveria atuar de acordo com os planos de desenvolvimento do governo. A contratação de uma empresa de head hunter é vista como uma tentativa de garantir que a escolha do substituto de Bartolomeo seja feita sem interferências externas.
A decisão desta sexta do Conselho de Administração teve, segundo investidores, um ‘dedo do governo’ e representa uma interferência do governo na mineradora, algo que é visto com preocupação pelos acionistas privados da Vale. Os membros do conselho de administração, apesar da pressão do governo, se posicionaram a favor de manter a maioria das decisões internas e garantir a independência da administração da empresa.
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Fonte: G1 – Política
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