Prisioneiros norte-americanos são libertados na Venezuela, enquanto Alex Saab, associado do ditador venezuelano, também é solto.
O acordo com Maduro, presidente da Venezuela, foi finalmente concretizado, resultando em uma troca de prisioneiros entre os dois países.
Com negociações silenciosas ocorrendo nos bastidores, o acordo foi a forma encontrada para aliviar as tensões entre as nações e aliviar sanções. A libertação dos prisioneiros norte-americanos e do empresário Alex Saab demonstra um passo significativo nas relações bilaterais, encerrando meses de disputas e desconfianças. O diálogo com o ditador Maduro foi fundamental para a finalização do acordo, trazendo esperança de uma real melhoria nas relações entre os países.
Acordo com Maduro garante troca de prisioneiros
A operação marcou o final de meses de negociações silenciosas entre os dois países, segundo fontes ouvidas pelo El Nuevo Herald, de Miami, EUA.
Saab é colombiano, mas um aliado do governante venezuelano.
Até agora não está claro quantos norte-americanos foram libertados, tampouco a identificação deles.
O presidente Joe Biden esteve intimamente envolvido no acordo final, disseram duas autoridades ao jornal norte-americano.
A negociação ocorreu após uma semana delicada de negociações para finalizar o acordo, que esteve perto de desmoronar em diversas ocasiões, disseram fontes a o portal McClatchy Herald.
Há três semanas, Maduro não havia cumprido um outro acordo, que tinha como prazo 30 de novembro, estabelecido pela Casa Branca, para começar a libertar todos os cidadãos norte-americanos detidos sob custódia venezuelana.
Em troca, os EUA iriam aliviar, de forma limitada, as sanções ao setor petrolífero da Venezuela, implementadas semanas antes.
Maduro deixa alerta vermelho em alerta vermelho
Maduro não cumpriu o acordo, e Biden, segundo o Herald, não retomou as sanções.
As conversas que incluíram Saab, no entanto, tiveram prosseguimento.
Saab é acusado de lavagem de dinheiro, entre outras coisas. Biden, no entanto, tem como objetivo libertar todos os cidadãos norte-americanos detidos nas prisões venezuelanas – incluindo aqueles designados como detidos injustamente pelo Departamento de Estado e aqueles que não o são – bem como a extradição de um fugitivo escondido na Venezuela.
Para tanto, os EUA empreenderam uma série de esforços neste sentido, ressaltou o jornal.
Acabaram prendendo Saab. Segundo o Herald, pesou para a prisão o conhecimento de Saab sobre o funcionamento interno do regime de Maduro.
Missão comercial e repressão a drogas: a prisão de Saab
A libertação do colombiano, portanto, é vista como uma conquista significativa para Maduro.
O ditador buscou o regresso do seu dito parceiro e operador internacional, em um momento no qual ele está acuado, depois de reivindicar 70% da Guiana e em meio à pressão para liberar a candidatura da opositora Maria Corina Machado à presidência, em 2024.
Saab foi detido pelas autoridades de Cabo Verde em 2020, quando a administração do então presidente Donald Trump até havia enviado navios da marinha dos EUA para patrulhar a costa do país africano.
Prisioneiros e esquemas de corrupção na Venezuela
O colombiano estava sob a emissão de um alerta vermelho da Interpol.
O empresário alegou, na ocasião, ser um enviado especial que viajava com Maduro ao Irã em uma missão comercial. A extradição de Saab para os EUA ocorreu em outubro de 2021.
A acusação de lavagem de dinheiro decorreu de contratos habitacionais de Saab com o governo venezuelano. E também de transferência de milhões de dólares para os Estados Unidos e outros países.
Saab acabou também se tornando informante da Drug Enforcement Administration (DEA), órgão norte-americano responsável pela gestão de repressão a drogas.
Ele entregou à DEA 12 milhões de dólares recebidos em operações realizadas até 2019. Poderia pegar até 20 anos de prisão e aguardava julgamento até sua libertação na quarta-feira.
Além de Saab, há ainda, segundo o Herald, dezenas de funcionários, empresários e empreiteiros venezuelanos presos ou investigados pelos EUA.
A alegação, de um tribunal federal em Miami, é de que eles roubaram coletivamente bilhões de dólares dos EUA em esquemas de corrupção que supostamente envolviam Maduro, o falecido presidente venezuelano Hugo Chávez e outros funcionários da petroleira Petróleos de Venezuela SA (PDVSA).
Diálogo com o ditador: presidente Joe Biden atua em acordo com Maduro
Maduro, segundo o Herald, tem interesse em negociar um acordo mais amplo que garanta a libertação de todos os norte-americanos detidos no país. Isso tem atraído o presidente Joe Biden a um diálogo cada vez maior com o ditador venezuelano.
Fonte: © R7 Rádio e Televisão Record S.A
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