Governo reduz meta fiscal p/2025 para transmitir realismo ao mercado e ganhar credibilidade c/projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias e equipe econômica.
O governo apresentará o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com a meta fiscal para 2025, que agora será de déficit zero. Essa mudança representa uma nova perspectiva em relação ao entendimento anterior, que previa um superávit de 0,5%. A nova meta visa evitar um esforço muito grande, que poderia causar desconfiança no mercado e no Congresso Nacional.
A nova meta fiscal de déficit zero para 2025 enviando sinais ao mercado sobre como o próprio governo vê o horizonte econômico, estabelecendo um direcionamento para a elaboração do Orçamento. A iniciativa busca evitar possíveis impactos negativos, mantendo a confiança dos investidores e assegurando a estabilidade financeira do país.
Desafios na meta fiscal e projeções para o futuro
A mudança de meta também afeta os anos seguintes, segundo interlocutores do governo ouvidos pelo blog. Os desafios para atingir a meta fiscal são significativos, com projeções de déficit aumentando ao longo dos próximos anos. Para 2026, o governo passa a prever um déficit de 0,25%, e para 0,5% em 2027, até chegar a 1% em 2028.
A previsão é que o salário mínimo fique em R$ 1.502, uma alta de 6,37% – valor que, além da recomposição da inflação prevista, também inclui o fator de ‘ganho real‘ baseado no PIB.
Essa projeção é justamente um dos fatores que impactam na revisão do superávit previsto anteriormente.
O governo já enfrenta dificuldades neste ano para chegar ao déficit zero, já que o Congresso resiste em aprovar novas medidas arrecadatórias – inclusive, a reoneração dos municípios e a delimitação do Perse (programa criado na pandemia para o setor de eventos).
Para 2025, a intenção de garantir um superávit de 0,5% do PIB exigiria uma série de medidas adicionais. Integrantes da própria equipe econômica fazem uma avaliação realista de que não há mais espaço político para manter o mesmo ritmo de incremento da arrecadação federal no ano passado. Pelo menos, no que depender de decisões do Congresso.
A percepção no governo é de que as metas projetadas inicialmente eram muito ousadas, mas a realidade vem se impondo. E, a essa altura do campeonato, seria melhor manter a credibilidade de uma meta realista do que trabalhar com previsões que não serão realizadas.
Fonte: G1 – Política
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