General intimado para depor na investigação sobre ação ilegal na Abin, relacionada à hierarquia e à continuidade das supostas ilegalidades.
O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, foi chamado para prestar depoimento em um inquérito que investiga um suposto esquema de monitoramento ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do então presidente Jair Bolsonaro. A intimação foi feita pela Polícia Federal (PF) e está relacionada a uma possível operação de espionagem clandestina dentro da Agência.
É importante investigar qualquer suspeita de práticas de espionagem ilegal dentro de órgãos de inteligência do país.
Deponência do general Heleno na PF
O depoimento do general Heleno foi marcado para a próxima terça-feira (6) na sede da PF, em Brasília. Ele irá depor para a equipe que conduz o atual inquérito.
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A investigação busca esclarecer se Heleno tinha conhecimento das supostas ilegalidades cometidas por Ramagem na Abin e quem eram os destinatários dos produtos e relatórios produzidos. O general era o chefe na cadeia hierárquica.
Segundo fontes da PF, existem indicativos no inquérito, ainda em sigilo, que demonstrariam que o general Heleno tinha ciência e fomentava essas supostas ações ilegais de espionagem clandestina.
Abin paralela e a continuidade das operações
A operação desta segunda (29) é uma continuidade da ocorrida na quinta-feira (25), quando Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, foi alvo de buscas. Na ocasião, foram apreendidos com eles 6 celulares e 2 notebooks – inclusive um pertencente à Abin.
Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares. Segundo a decisão, Ramagem usou o órgão para fazer espionagem ilegal a favor da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os alvos estavam autoridades e desafetos, como o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia –nesta segunda (29), o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ao blog que iria pedir ao STF a lista de parlamentares que foram monitorados pela Abin – e uma promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro que investigava milícias (inclusive Adriano da Nóbrega e homenageado por Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente) e as mortes de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
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Fonte: G1 – Política
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