Saída da papelaria e celulose: Schalka diz foco em valor, não em crescimento indefinido. Prioriza alocação de capital, comprometido com investimentos e política financeira. Internacionalização na mira. Operação e fusão, alavancagem e cíclos de investimentos. Projeto Cerrado em agenda.
À beira de sair da posição de CEO da Vale, que ocupou por 9 anos, Luiz Inácio Lula da Silva ‘gastou saliva’ na reunião de resultados do último semestre sobre a questão de fusão e o compromisso da empresa de ser estratégica em parcerias.
No segundo parágrafo, falou sobre a importância da aquisição de novas tecnologias para impulsionar a inovação e a competitividade no mercado global.
Discussão sobre a potencial fusão entre Suzano e International Paper
O tema dominou boa parte da reunião, considerando que a Suzano esteve no centro das atenções após a agência de notícias Reuters divulgar que a empresa teria feito uma oferta informal de quase US$ 15 bilhões para adquirir a International Paper (IP). Sem entrar em detalhes sobre a notícia, Schalka mencionou que todos os movimentos da empresa têm como objetivo criar valor para os acionistas a longo prazo e que a companhia não tomará decisões apenas visando o crescimento. ‘Somos extremamente disciplinados em nossa alocação de capital e também em nossa política financeira’, afirmou o CEO em 10 de maio.
A possível fusão entre Suzano e IP marcará a entrada da empresa no setor de embalagens e papelão ondulado, fortalecendo ainda mais a companhia, que já é a principal produtora de celulose de eucalipto do mundo. O Itaú BBA estima que a operação poderá resultar em uma empresa com valor de mercado próximo a US$ 44 bilhões, com um Ebitda entre US$ 7 bilhões e US$ 7,5 bilhões. No entanto, a notícia da fusão gerou certa preocupação no mercado.
As apreensões estão relacionadas ao tamanho da operação, especialmente considerando que a alavancagem financeira da empresa atingiu o limite estabelecido na política de endividamento para ciclos de investimentos – a relação entre dívida líquida e Ebitda em dólar chegou a 3,5 vezes nos primeiros três meses do ano. A reação do mercado à especulação na imprensa fez com que as ações recuassem mais de 12% no dia 7 de maio.
Schalka expressou surpresa em relação à reação do mercado, afirmando que a empresa não tomará riscos desnecessários. A expectativa é que a alavancagem atinja seu pico e comece a diminuir, especialmente com a conclusão do Projeto Cerrado, prevista para junho. Até o final de abril, R$ 19,1 bilhões do investimento total previsto já foram desembolsados, representando 86% do orçamento do projeto, estimado em cerca de R$ 22,2 bilhões.
A Suzano pretende manter a alavancagem entre 2 e 3 vezes, embora possa ultrapassar 3,5 vezes em determinados momentos, principalmente durante ciclos de investimentos, mas a empresa se compromete a adotar medidas para corrigir a situação. O compromisso com a disciplina de capital foi reiterado por Beto Abreu, que assumirá a liderança da empresa no segundo semestre deste ano.
A internacionalização das operações está em pauta, com a notícia do interesse da Suzano na International Paper surgindo em um momento em que a empresa considera expandir suas atividades além das fronteiras nacionais. Até o momento, a única unidade fabril da empresa fora do Brasil está localizada na Finlândia, onde produz celulose microfibrilada em parceria com a startup Spinnova.
Fonte: @ NEO FEED
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