Delegado Nunes da operação recaptura de Rogério Mendonça e Deibson Nascimento no Pará. Segurança máxima, presos federais, trajeto dos criminosos.
A ‘escolta do crime’ que transportava os fugitivos André Luiz Ferreira e João Carlos da Silva, de 28 anos, planejou escapar pela fronteira durante a madrugada, quando a vigilância é menor. Com informações da localização dos evasores fornecida pela Agência Nacional de Inteligência (ANI), a Polícia Federal (PF) mobilizou cinco equipes para a área, fechou as rotas de fuga, realizou a busca em carros e, assim que o grupo foi avistado, conseguiu capturá-los, afirmou o inspetor responsável pela operação de recaptura dos fugitivos, Rafael Almeida.
Os dois criminosos presos anteriormente conseguiam fugir da penitenciária através de um túnel escavado no chão de suas celas. O plano de evasão foi minuciosamente planejado, e os foragidos tinham o apoio de cúmplices do lado de fora. A recaptura dos presos foi um duro golpe para a organização criminosa, que viu seus planos frustrados pela ação rápida e coordenada das forças de segurança.
Fugitivos presos em operação de recaptura
Ao longo da operação de recaptura dos fugitivos, a polícia conseguiu abordar dois veículos relacionados aos evasores. O terceiro veículo, que fazia a escolta dos criminosos, tentou escapar e seguir para a travessia da ponte, mas foi abordado pela PF. Neste veículo, um Jeep, estava Rogério, um dos fugitivos, e a polícia encontrou e apreendeu um fuzil durante a revista.
Recaptura durou 50 dias e custou R$ 6 milhões
Rogério e Deibson fugiram em 14 de fevereiro do presídio federal de Mossoró (RN). A fuga foi a primeira registrada no sistema de presídios de segurança máxima, existente desde 2006 e administrado pelo governo federal. A operação de recaptura, que durou 50 dias e custou R$ 6 milhões, foi realizada pela Polícia Rodoviária Federal, segundo o Ministério da Justiça.
Os fugitivos são ligados ao Comando Vermelho, facção criminosa liderada por Fernandinho Beira-Mar. A prisão e transferência de Beira-Mar para Catanduvas (PR) foram motivos da fuga de Rogério e Deibson do presídio federal de Mossoró.
Detalhes da operação de recaptura, segundo o delegado da PRF
O delegado da PRF explicou o desenrolar da operação de recaptura dos fugitivos. A polícia recebeu informações do deslocamento dos criminosos por volta de 9h da manhã de quinta (4). Havia três possibilidades de trajeto dos criminosos, que foram excluídas ao longo do monitoramento. A PRF bloqueou a ponte dos dois lados, fazendo revistas nos veículos. A escolta com os criminosos chegou à ponte por volta das 13h, horário escolhido por haver menos policiais no local, de acordo com o delegado. A PRF conseguiu abordar dois veículos: o Classic onde estava Deibson e um Polo que fazia a escolta antes da travessia. O Jeep onde estava Rogério tentou escapar e seguir para a ponte, mas foi abordado pela PF.
‘O veículo [onde estava Rogério] percebeu a polícia e tentou fuga. Percebeu que a ponte estava fechada no outro lado e, assim, a PF fez a abordagem. Foi uma operação bastante sensível que tinha como o objetivo evitar confronto armado no local.’
Presos e objetivo dos fugitivos
O delegado salientou que uma possibilidade considerada é que o objetivo dos fugitivos era atravessar a fronteira e sair do país, já que Marabá é ponto de encontro de importantes rodovias federais. Durante a operação, a polícia deteve não só os fugitivos, mas também outros quatro presos que estavam com eles. Todos foram encaminhados ao sistema penitenciário do Pará. Os veículos utilizados na tentativa de fuga estavam com a documentação em dia, legalizados, para não chamar atenção, o que provocará investigação pela Polícia Federal. Os presos ficaram calados desde a abordagem ao depoimento na sede da PF, segundo o delegado.
Fonte: G1 – Política
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