Com 37% de posse, Flamengo concede 3 defesas ao Bahia, mostrando controle sem bola. Exemplo perfeito de oportunismo rubro-negro.
O Flamengo retornou do Nordeste com a vantagem de triunfo magro diante do Bahia, no início das quartas-de-final da Copa do Brasil. Para diversos torcedores, é um modelo ideal da Era Tite: uma partida consistente, sem sobressaltos, e por isso mesmo sem muita emoção. Contudo, isso não diminui os feitos do Mengão em campo.
No segundo tempo, o time carioca mostrou sua força e garantiu a vitória com um gol solitário. Os rubro-negros presentes no estádio vibraram com a atuação da equipe, que demonstrou determinação e foco em busca da classificação. O Flamengo segue firme em sua jornada na Copa do Brasil, em busca do tão almejado título.
Flamengo: Oportunismo Rubro-Negro em Destaque
Vivo nas três competições que disputa, mesmo com o drama de muitas lesões – Michael e De la Cruz sentiram problema na coxa direita – o Flamengo de Tite tem qualidades. Uma delas é saber controlar o jogo mesmo quando não está em seus melhores dias. Oportunismo rubro-negro fala mais alto que volume do Esquadrão em Salvador. Tite comemora volta ao trabalho no Flamengo após arritmia e critica Conmebol: ‘Desrespeito à ciência’. Bastidores: entenda como Alex Sandro ajudou o Flamengo a contratar Alcaraz. Uns chamam de pragmatismo, outros de segurança. Fato é que o Flamengo tem uma organização defensiva muito rica. Na melhor versão, sofre poucos gols e finalizações. Pode não criar tanto ou sofrer sem Pedro, mas é um time que mostra que jogar bem vai além de tocar bem a bola. Jogar bem é executar bem uma proposta de jogo.
Flamengo: Exemplo de Organização Defensiva
A proposta de Tite para o jogo Sem contar com vários jogadores, Tite novamente rodou o time e mexeu nas posições do 4-2-3-1: Léo Ortiz entrou como volante ao lado de Erik Pulgar. Já Gerson foi falso-meia pela esquerda, mostrando o número de posições que ele pode fazer: meia, falso-nove, meia pelos lados, volante…com Luiz Araujo no lado, coube a Bruno Henrique ser a referência no lugar do lesionado Pedro. A equipe teve apenas 37% da posse de bola contra o Bahia e finalizou três vezes ao gol. Já o Bahia teve 17 finalizações. Parece que foi um massacre e o Flamengo aguentou pressão. Nada disso: por acaso o nome de Matheus Cunha entrou para a história do jogo? Foram apenas 3 finalizações certas do time baiano, contra uma do Flamengo – o gol na bola parada.
Flamengo: Pulgar, o Pilar Defensivo
A importância de Erik Pulgar Erik Pulgar novamente foi fundamental. Com Ortiz mais recuado, ele funcionou como um segundo volante. Sem a bola, tinha uma missão clara: corria para marcar o jogador criativo do Bahia que buscava a bola. Em outros, marcava Everton Ribeiro ou Cauly. Sua orientação era impedir o primeiro passe da defesa ao ataque. De La Cruz e Bruno Henrique também ajudavam. Boa parte dos 67% de posse de bola do Bahia aconteceram nesse setor, buscando fugir da pressão central do Flamengo. Aí entra o questionamento: essa posse é realmente efetiva?
Flamengo: Organização Defensiva em Destaque
Defesa sempre alinhada, o pilar do Flamengo de Tite Além da pressão de Pulgar, o Flamengo também mostrou uma organização imensa em sua defesa. Avesso a sistemas com três zagueiros, Tite gosta muito de jogar com quatro defensores que se comportam alinhados sem a bola: eles formam um muro e marcam o espaço na frente do gol. E quem marca a bola? Aí entra novamente Pulgar e todo o time: eles protegem e fazem essa linha ficar sempre postada. A opção por Léo Ortiz preencheu o meio e fez com que os zagueiros ficassem mais atrás, sem precisar saltar até o meio. Ortiz vigiava quem entrava na entrada da área, e ao contrário de Pulgar, não saltava. Funcionou como um volante mais posicional e deixava a dupla de zaga estática, quase fixa na defesa. Ainda mais proteção.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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