Presos roubaram arma de agente durante fuga em presídio de segurança máxima, ameaçando funcionários. Busca por fugitivos continua com 500 homens.
Em 2019, durante a gestão de Sergio Moro (União Brasil -PR) no ministério do governo Jair Bolsonaro (PL), as câmeras de segurança do presídio de segurança máxima de Mossoró já não estavam funcionando corretamente, o que facilitou a fuga de um dos detentos. Nada foi gravado, mesmo quando um dos presos pegou a arma de um agente penitenciário e ameaçou funcionários.
De acordo com o relatório obtido pelo blog, a fuga se deu devido à ausência de câmeras e ao sistema de gravação inoperante, o que permitiu a saída clandestina do detento. A evasão ocorreu sem que a equipe de monitoramento eletrônico pudesse visualizar o caso em tempo real, evidenciando a falha no sistema de segurança do presídio de Mossoró.
A espetacular fuga de dois perigosos criminosos
Na madrugada de quarta-feira (14), dois presos, Rogério Mendonça e Deibson Nascimento, ligados ao Comando Vermelho, protagonizaram uma fuga sensacional da penitenciária, que marcou um fato inédito em uma cadeia de segurança máxima no Brasil.
Os fugitivos, que escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró, utilizaram barras de ferro (vergalhões) que retiraram da própria parede das celas para ampliar o buraco que usaram para a evasão. A dupla enrolou o uniforme azul na barra de ferro com o intuito de fazer menos barulho durante sua saída clandestina. De acordo com informações obtidas durante a investigação, por estarem no Regime Disciplinar Diferenciado (RRD), Rogério e Deibson não têm permissão para sair nem para o banho de sol —que, inclusive, ocorre em um solário individual dentro da cela.
Foi apurado que as condições das paredes das celas estavam comprometidas pela umidade, uma vez que os locais não recebiam manutenção há muitos anos. Isso abriu a oportunidade para a fuga ousada da dupla.
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Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, 500 homens de diversas forças policiais estão empenhados na captura dos fugitivos. A operação está no quinto dia e conta com helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos sofisticados. O ministro ressaltou que todas as possibilidades estão sendo investigadas, inclusive a possível conivência para a fuga, e que não há prazo para que o trabalho de buscas termine.
‘Não há fragilidades no sistema penitenciário federal. Nós tivemos um caso pontual aqui na Penitenciária Federal de Mossoró, que não vai se repetir’.
A cúpula do Ministério da Justiça e da Segurança Pública viajou para Mossoró neste domingo. Segundo o ministro, o objetivo é investigar os acontecimentos que levaram à fuga e ‘cuidar para que os fugitivos sejam capturados no prazo mais breve possível e corrigir eventuais falhas e garantir que o sistema prisional federal tenha segurança’.
O que se sabe sobre o caso
Os dois presos fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró na Quarta-Feira de Cinzas (14). Esta é a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, que conta com cinco presídios de segurança máxima.
Ambos, Rogério e Deibson, são do Acre e estavam em Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar – preso na mesma unidade – e foram transferidos para o presídio federal de Mossoró após se envolverem em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco. A rebelião resultou na morte de cinco detentos, três deles decapitados.
Segundo informações apuradas por César Tralli, perícias da Polícia Federal (PF) realizadas na penitenciária após a fuga, indicam que os presos escaparam após perfurar uma abertura na esquadria entre uma haste que liga as celas.
Confira o passo a passo da fuga, segundo a perícia da PF:
- A fuga foi executada através de uma haste que conectava as celas;
- Os detentos conseguiram acesso a esta haste ao perfurar uma abertura na esquadria entre a haste e a cela, cujas dimensões originais eram de 20x70cm;
- Para ampliar essa abertura, os detentos precisaram quebrar o concreto armado utilizando os objetos artesanais encontrados na cela;
- Na haste há uma escada metálica que dá acesso à laje de cobertura do prédio;
- Acima dessa laje existe apenas um teto com telhas de fibrocimento, que foram afastadas, possibilitando com que os detentos tivessem acesso à cobertura da edificação;
- Havia um poste próximo da cobertura por onde supostamente eles teriam descido;
- Próximo à abertura do alambrado pelo qual os detentos fugiram, há um canteiro de obras. O ponto em que desceram está a cerca de 75 metros dessa abertura do alambrado;
- Durante o trajeto que supostamente percorreram, havia uma câmera de segurança que, conforme relatado, não estava funcionando;
- Os refletores do poste mais próximo do local da fuga estavam desligados devido ao disjuntor estar desativado;
- Além disso, os refletores externos mais próximos da área da fuga não estavam funcionando.
- Não há informações nem sobre haver alguém esperando do lado de fora da penitenciária para resgatá-los nem sobre a quantidade de agentes penitenciários atuando na unidade no momento da fuga.
Fonte: G1 – Política
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