ouça este conteúdo
Águas do Brasil investirá mais no Bloco 3 da Cedae, com foco em licitações em Sergipe, Maranhão, Paraíba e Pernambuco, desafios de universalização e presença de milícias.
À frente da Águas do Brasil, a mais antiga empresa privada de saneamento em operação no País, o presidente Claudio Abduche não hesita em revelar qual o maior desafio do grupo, fundado há 25 anos: acelerar os investimentos no Bloco 3 da concessão da Cedae, no Rio de Janeiro, que opera há dois anos em parceria com a Vinci Partners sob a marca Rio+Saneamento.
No segundo parágrafo, é essencial garantir que o tratamento de água e o esgotamento sanitário sejam prioridades para a melhoria do saneamento básico no Brasil. Investir em tecnologias sustentáveis para o abastecimento e tratamento de água é fundamental para garantir a qualidade de vida da população e a preservação do meio ambiente.
‘Investimentos em Saneamento: Desafios e Avanços’
Em uma recente entrevista ao NeoFeed, Abduche compartilhou os planos ambiciosos da Rio+Saneamento, que tem como objetivo investir uma quantia significativa de R$ 333,7 milhões neste ano. Esses investimentos serão direcionados para o tratamento de esgoto e água em 18 municípios do Rio, abrangendo inclusive 24 bairros da Zona Oeste carioca. A meta é inaugurar nove estações de tratamento de esgoto e água até 2026.
O foco principal dos investimentos está na capital fluminense, uma região que enfrenta desafios consideráveis, com uma forte presença de milícias e índices de universalização mais complexos para o grupo. Atualmente, a empresa opera em 15 concessões e duas unidades industriais em 32 municípios nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, atendendo a uma população de 5,2 milhões de pessoas.
Abduche destaca a complexidade do Bloco 3, uma área historicamente marcada por altos índices de inadimplência e baixo fornecimento de água. Em contrapartida, as outras concessões do grupo apresentam níveis mais avançados de universalização.
O investimento considerável na área operacional do Bloco 3 e as campanhas da área comercial para o cadastramento de clientes são estratégias essenciais adotadas pela empresa. Mesmo diante da presença das milícias na região sob concessão na capital fluminense, a prestação de serviço não é impactada, graças a um trabalho próximo com as lideranças comunitárias.
A abordagem baseada no diálogo e na paciência tem sido fundamental para avançar, especialmente no que diz respeito à instalação das nove Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) planejadas. Essas ETEs, que estão em diferentes fases de construção, serão cruciais para beneficiar 2,5 milhões de pessoas na capital e no interior.
Um levantamento do Ministério das Cidades destaca que, mesmo após quatro anos da implementação do Marco Regulatório do Saneamento, a coleta e tratamento de esgoto continuam sendo os principais desafios para alcançar as metas de universalização. O objetivo é que até 2033, 99% da população tenha acesso a abastecimento de água e 90% tenha esgotamento sanitário.
Apesar do avanço, ainda há muito a ser feito. Cerca de 90 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto, e 32 milhões não têm água potável. Abduche ressalta que a maior carência do Brasil atualmente está na área de coleta e tratamento de esgoto, uma vez que a infraestrutura existente foi majoritariamente construída no século XIX.
A entrada em vigor do marco regulatório trouxe benefícios significativos para o setor de saneamento, atraindo investimentos do mercado de capitais e garantindo segurança jurídica. No entanto, Abduche alerta para os desafios financeiros enfrentados pelas estatais de saneamento, especialmente em um cenário de altas taxas de juros.
Um estudo recente do Instituto Trata Brasil destaca a importância da universalização do saneamento no Brasil e ressalta a necessidade de esforços contínuos para alcançar esse objetivo crucial para o bem-estar da população.
Fonte: @ NEO FEED
Comentários sobre este artigo