Exército exonera militares investigados por atos golpistas. Inclui general Tomás Paiva. Decisão publicada no Diário Oficial da União.
O Exército anunciou a exoneração de dois militares que estavam no comando de unidades em diferentes regiões do país. As exonerações foram publicadas hoje no ‘Diário Oficial da União’ e fazem parte das medidas tomadas em decorrência da operação da Polícia Federal que investiga a organização de um golpe de Estado.
As decisões foram assinadas pelo comandante do Exército, general Tomás Paiva. Os militares afastados são o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, que deixa o comando do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia, e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, que deixa o posto de comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus. A atitude do Exército demonstra a seriedade com que as Forças Armadas lidam com possíveis ameaças à democracia e à estabilidade do país.
Exército e as investigações da Polícia Federal
De acordo com as investigações da Polícia Federal, o grupo investigado — que abrange militares, o ex-presidente Jair Bolsonaro e políticos de seu entorno — se articulou para minar a credibilidade das instituições e promover um golpe de Estado, com o objetivo de manter Bolsonaro no poder.
Forças Armadas e ação para minar eleições 2022
De acordo com a PF, o grupo investigado se dividiu em dois ‘eixos’, ou núcleos de atuação para tentar minar o resultado das eleições 2022. O primeiro ‘eixo’ era voltado a construir e propagar informações falsas sobre uma suposta fraude nas urnas, apontando ‘falaciosa vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação’. ‘[…] Discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022‘, pontua a Polícia Federal.
Militares e o apoio ao golpe
O segundo ‘eixo’, por sua vez, praticava atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito – ou seja, para concretizar o golpe. Essa etapa, de acordo com as investigações, tinha o apoio de militares ligados a táticas e forças especiais.
Essas ações foram descobertas durante uma operação da Polícia Federal que resultou na apreensão de documentos, computadores e celulares de pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Esses materiais foram encontrados após buscas autorizadas pelo general Tomás Paiva, publicadas no Diário Oficial da União.
Além disso, a polícia descobriu que um grupo chamado Batalhão de Operações Psicológicas estava sendo treinado pela Companhia de Forças Especiais para espalhar desinformação e influenciar a opinião pública.
Com base nas provas coletadas, a Polícia Federal vai continuar a investigação e tomar as medidas legais necessárias para garantir a democracia no país.
Fonte: G1 – Política
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