Empresário admite manipulação de jogos à CPI, citando queda do Coruripe em 2021, e culpa ex-dirigente por time ruim no Campeonato Alagoano.
O empresário William Rogatto, conhecido como ‘O Mestre do Rebaixamento‘, revelou em uma sessão recente que manipulou resultados de jogos de futebol no Brasil desde 2009. Em um depoimento por videoconferência à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, ele admitiu que lucrou com o rebaixamento de times no país, o que gerou uma grande controvérsia no mundo esportivo.
Segundo Rogatto, a manipulação de jogos foi uma prática comum durante anos, e ele aproveitou a queda de times para obter lucros. Ele também mencionou que a degradação de times era um resultado comum de suas ações, o que levou a uma perda de confiança dos torcedores e uma descenso na qualidade do futebol brasileiro. Com essas revelações, a CPI busca entender melhor a extensão da manipulação de jogos no futebol brasileiro e como ela afetou a integridade do esporte. A verdade está começando a surgir.
Rebaixamento: Um Esquema de Manipulação no Futebol
William Rogatto, um empresário envolvido em um esquema de manipulação de jogos, confessou à CPI no Senado que atuou no rebaixamento de 42 times. Ele afirmou que recebeu aproximadamente R$ 300 milhões nesse esquema e citou um clube de Alagoas, sem apresentar provas. Rogatto disse que manipulou jogos do Coruripe em seu rebaixamento no Campeonato Alagoano de 2021.
— Infelizmente, o que me dá dinheiro é rebaixar time. Se o presidente do time não está preocupado com o time dele, eu vou estar? Eu ganho dinheiro perdendo jogo, entregando jogo. É por isso que eles me chamavam de Rei do Rebaixamento desde 2009. Eu sempre rebaixei clube, e clube grande, viu? O Coruripe, de Alagoas, e um time muito forte do Maranhão eu rebaixei. O melhor campeonato da minha vida é o Carioca. Em São Paulo, eu rebaixei alguns, também em Goiás, mas o maior alvo hoje são os clubes pequenos — disse William à CPI.
Descenso e Queda: O Caso do Coruripe
O presidente do Coruripe em 2021, Francisco Luiz, explicou como o empresário se aproximou do clube naquele ano e disse ter agido de boa-fé. — Estou com a minha consciência tranquila. Esse rapaz (Rogatto) chegou aqui de paraquedas, trouxe 12 jogadores, trouxe técnico, primeiro o Dedeco Recife, que não chegou a estrear, e depois o Robson Santos, que ficou aqui por três jogos. A gente sem patrocinador, sem condições de manter o clube, aceitou.
Os jogadores que ele trouxe eram péssimos, o time era ruim mesmo’, definiu Francisco Luiz. Francisco disse ainda que Rogatto deixou o clube pouco antes da queda para a Segunda Divisão. — Ele era um pouco complicado, chegou aqui e prometeu meio mundo de coisa, foi embora com o clube praticamente rebaixado. Pra terminar o campeonato, a gente teve que pegar aqui, de última hora, jogadores aqui mesmo da cidade. Eu não me meti com nada disso de manipulação. Sei o que fiz pelo Coruripe, trabalhando, sem dormir…
Rebaixamento e Degradado: A Reação do Coruripe
A atual diretoria do Coruripe também se manifestou oficialmente sobre o depoimento de William. Destacou, inclusive, que conquistou o acesso um ano depois do rebaixamento. — Em resposta às especulações sobre uma possível manipulação de resultados que teria levado ao rebaixamento da Associação Atlética Coruripe, é fundamental esclarecer que tal rebaixamento ocorreu em 2021, sob a gestão anterior do clube (do presidente Francisco Luiz, o França).
A atual diretoria, que assumiu posteriormente, não apenas se distanciou dessa controvérsia, mas também foi responsável por uma reviravolta positiva – diz a nota oficial do Coruripe, e prosseguiu: — Sob a liderança do presidente Franciney Joaquim, o Hulk Praiano conseguiu o retorno à elite do futebol alagoano, conquistando o título da Segunda Divisão, em 2022. Essa conquista é um claro indicativo de uma mudança na direção do clube e nos resultados, evidenciando uma gestão eficaz e comprometida com o sucesso da equipe.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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