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Ofertas de ajuda não solicitada podem afetar negativamente colegas de trabalho, suas necessidades de desenvolvimento pessoal e distâncias psicológicas.
Tenho os colegas de trabalho mais incríveis do planeta e sou aquela pessoa que, ao perceber que um deles precisa de ajuda, me prontifico imediatamente a auxiliar na resolução de seu problema. Contudo, percebi que minha generosidade talvez esteja gerando mais prejuízos do que benefícios. A ciência afirma: se não solicitam ajuda, não ajude. A pesquisadora Anika D.
É importante encontrar um equilíbrio entre oferecer ajuda e respeitar a autonomia dos outros. Às vezes, uma simples colaboração ou um apoio discreto podem ser mais eficazes do que uma intervenção direta. Afinal, nem sempre o que parece ser ajuda é realmente o que a outra pessoa precisa. É fundamental estar atento às nuances e sutilezas das relações interpessoais para oferecer um suporte genuíno e significativo. Apoio mútuo é a chave para um ambiente de trabalho saudável e produtivo.
A importância da ajuda no ambiente de trabalho
Schulz liderou um estudo abrangente no Instituto Federal de Segurança e Saúde no Trabalho, em Berlim, com o objetivo de investigar a relação entre a ajuda não solicitada oferecida por colegas ou supervisores e a satisfação das necessidades psicológicas de competência no trabalho. A questão central era se a ajuda espontânea realmente auxiliava os colegas ou se os fazia sentir incapazes em suas funções profissionais.
As realizações pessoais, fundamentais para o desenvolvimento psicológico e pessoal, estão sendo subestimadas no ambiente de trabalho. O trabalho desempenha um papel crucial nesse processo, permitindo a aplicação das competências adquiridas ao longo do tempo e demonstrando o valor profissional de cada indivíduo. O desenvolvimento no trabalho, independentemente de sua natureza, contribui significativamente para o aperfeiçoamento pessoal.
É comum sentir orgulho ao atingir metas pessoais no trabalho, ao aprender uma nova habilidade e conseguir realizá-la autonomamente pela primeira vez. No entanto, intervenções não solicitadas de terceiros podem prejudicar esse processo, obscurecendo as conquistas individuais e minando a autoestima. Essas interferências são percebidas como obstáculos ao crescimento pessoal, sugerindo uma falta de competência por parte do indivíduo.
Anika D. Schulz e sua equipe de pesquisa identificaram que a ajuda não solicitada, embora bem-intencionada, pode resultar no distanciamento psicológico do trabalho. A frustração decorrente da interferência indesejada persiste ao longo do tempo, gerando ruminação pós-trabalho e dificultando o desligamento psicológico das atividades laborais. A ansiedade provocada por essa ajuda involuntária torna desafiante para os funcionários desconectar-se do trabalho após o expediente, impactando negativamente seu bem-estar psicológico durante o período de descanso.
É essencial ressaltar que os efeitos mencionados foram observados em funcionários que receberam ajuda não solicitada de superiores hierárquicos ou colegas mais experientes. A imposição psicológica de aceitar assistência não requerida, devido à posição de autoridade ou tempo de serviço, contribui para esses desdobramentos negativos. No entanto, tais descobertas não devem impedir a oferta de ajuda a quem necessita, desde que seja feita de forma amigável e respeitosa, com a pergunta simples: ‘Precisa de ajuda?’. Essa abordagem pode gerar gratidão por parte do receptor e promover uma sensação de realização ao conquistar autonomia.
Fonte: @ Minha Vida
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