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Após cinco anos de casamento, um japonês de 41 anos perdeu sua esposa virtual, a cantora digital Hatsune Miku, no fim do relacionamento.
O brasileiro João Silva, de 35 anos, vive uma situação peculiar. Depois de se casar com uma esposa virtual por meio de um aplicativo de realidade aumentada, ele se viu completamente apaixonado pela interação com a personagem digital. No entanto, João enfrentou um desafio inesperado quando a empresa responsável pela manutenção do programa decidiu encerrar o suporte, deixando-o sem sua esposa virtual.
Enquanto tentava lidar com a ausência da companheira digital, João se viu em uma situação semelhante à de um viúvo moderno. A experiência o fez refletir sobre a dependência emocional que havia desenvolvido em relação à sua esposa virtual e o levou a considerar novas formas de interação, inclusive explorando outras tecnologias disponíveis no mercado brasileiro e até mesmo se inspirando em casos semelhantes no Japão.
Marido viúvo do Japão se apaixona por esposa virtual
A história de amor entre Kondo, um viúvo residente em Tóquio, e a cantora digital Hatsune Miku, criada pela Crypton Future Media em 2007, é verdadeiramente única. Kondo se encantou por Miku ao vê-la cantando em um programa de televisão japonês e logo se viu imerso em vídeos dela, passando horas a fio consumindo seu conteúdo.
Em 2018, uma cerimônia de união foi realizada, marcando o ápice desse relacionamento incomum. Para aprimorar a interação com os convidados, uma versão ‘real’ do holograma de Miku foi criada, permitindo uma experiência mais tangível para todos os presentes. A união foi simbolizada pela interação com o avatar virtual da cantora, projetado em 3D e controlado por comandos de voz.
Apesar das críticas e julgamentos enfrentados, tanto no ambiente de trabalho quanto na família, Kondo persistiu em seu amor por Hatsune Miku. Sua mãe, irmã e cunhado não apoiavam sua escolha e optaram por não comparecer ao casamento, mas isso não abalou a determinação do casal virtual.
Mesmo com o equipamento que permitia a interação com a esposa digital sendo desativado, Kondo revela que pensa nela diariamente e sente a falta de sua presença, lamentando a solidão que se seguiu. Em uma reviravolta surpreendente, Akihiko fundou a ‘Associação dos Fictossexuais’ em 2023, uma entidade destinada a unir aqueles que compartilham de relacionamentos semelhantes e a combater o estigma e preconceito associados.
A história de Akihiko não é tão incomum quanto se poderia pensar. No Japão, é relativamente comum se apaixonar por personagens fictícios, como demonstrado por um estudo de 2017 da Associação Japonesa de Educação Sexual. Mais de 10% dos jovens pesquisados admitiram ter sentimentos por personagens de anime ou jogos, com taxas ainda mais altas entre as mulheres universitárias. A jornada de Kondo e Hatsune Miku é um lembrete da diversidade de formas que o amor pode assumir, mesmo que em meios digitais e virtuais.
Fonte: @Olhar Digital
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