Marca de moda íntima redefine portfólio, prioriza produtos básicos e planeja expansão no interior do Brasil. Sandra Chayo fala sobre os planos.
A unidade do Grupo Hope em Maranguape, situada na área metropolitana de Fortaleza, está prestes a receber um banho de loja. A renomada marca de moda íntima, praia e fitness está planejando um investimento significativo em inovações tecnológicas de produção, que prometem fortalecer os planos audaciosos da empresa. Essa transformação traz uma nova esperança para o futuro da marca.
Com essa mudança, a expectativa é de que a qualidade dos produtos melhore ainda mais, gerando uma esperança renovada entre os consumidores. A confiança na marca se intensifica à medida que a empresa demonstra seu compromisso com a inovação e a excelência. A nova fase da fábrica representa um marco importante para o Grupo Hope.
Expansão e Inovação da Hope
O grupo sob a liderança de Sandra Chayo, filha do fundador Nissim Hara, tem como meta produzir 10,5 milhões de peças em 2024, representando uma impressionante expansão de 50% em relação ao ano anterior. Esse crescimento robusto será fundamentado em produtos básicos e acessíveis, refletindo uma revisão estratégica da empresa que contou com a colaboração da consultoria Bain & Company. ‘Chegamos à conclusão de que, se conseguíssemos atingir as classes B2 e C [com renda estimada entre R$ 2 mil e R$ 6 mil], que ainda não consumiam os nossos produtos, poderíamos aumentar de forma significativa o nosso público endereçável’, destaca Chayo, diretora do Grupo Hope, em entrevista ao NeoFeed.
Investimento em Origem e Acessibilidade
A marca Hope está realizando um investimento de R$ 20 milhões para retomar suas origens, uma vez que a empresa, fundada em 1966, começou com esse tipo de produto. Esse orçamento abrange tanto as peças de marketing quanto o desenvolvimento da nova linha Light, que oferece produtos a preços de entrada, a partir de R$ 29,90 (cerca de R$ 10 abaixo das demais coleções). A coleção, que já chegou a mais de 3 mil lojas que atuam com a marca no primeiro semestre, já se posiciona como a terceira mais expressiva em número de peças vendidas, ficando atrás apenas das linhas Touch e Nude, que têm preços a partir de R$ 39,90 e R$ 79,90, respectivamente, e estão entre as mais vendidas há anos.
Retorno às Raízes e Crescimento Sustentável
‘Quando entrei na empresa, em 1999, o movimento era justamente o contrário, de transformar uma marca popular, que só era vendida em lojas multimarcas, em algo mais sofisticado. E deu certo. Agora, entendemos que precisamos descer esse degrau novamente’, afirma Chayo. Em seus 25 anos como diretora da empresa familiar, Chayo foi responsável por todos os movimentos operacionais, desde a expansão via franquias até a criação de outras duas marcas que compõem o portfólio: Bonjour Lingerie e Hope Resort, voltada para moda praia e fitness. O próximo passo é dobrar o número de lojas em cinco anos. Atualmente, a Hope conta com 280 franquias e 9 lojas próprias.
Resultados e Expectativas Futuras
Em 2023, o grupo alcançou um faturamento de R$ 350 milhões apenas na rede franqueada. Segundo a Hope, a companhia registrou um crescimento de 35% no faturamento da rede no primeiro semestre e projeta acelerar ainda mais nesta segunda metade do ano, podendo atingir cerca de 40% de crescimento ano a ano – o que aproximaria a companhia dos R$ 500 milhões em receita. Na visão de Chayo, essa meta de receita deve ser alcançada em 2025.
Perspectivas do Mercado e Confiança no Futuro
Alberto Serrentino, sócio da consultoria Varese Retail, acredita que a iniciativa do Grupo Hope é acertada. ‘O momento da companhia é muito bom. Ao mesmo tempo que eles conseguem conversar com o público premium nas lojas monomarcas, o grupo também tem desempenhado um bom trabalho ao atingir a camada mais baixa de consumidores’, afirma. Para ele, a recuperação do mercado pode beneficiar ainda mais a companhia nessa nova fase. ‘A renda está crescendo, o desemprego caindo e o mercado de trabalho se aquecendo, o que ajuda o setor de consumo de semiduráveis, como é o caso da Hope’, diz Serrentino. Ele acredita que há espaço para todos os concorrentes, já que existem diversos players no mercado com posicionamentos, perfis de produtos e canais distintos.
Fonte: @ NEO FEED
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