Após analisar laudos cadavéricos e fichas hospitalares, a profissional constatou asfixia mecânica e parada cardiorrespiratória.
A pesquisa feita pela biomédica do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Coaf) da Universidade de São Paulo, Ana Paula de Souza Velloso, revelou que as nove vítimas do trágico acontecimento em Paraisópolis faleceram devido à asfixia mecânica, e não por pisoteamento. O depoimento, dado na segunda audiência de instrução do caso, trouxe à tona a conclusão da profissional, baseada na análise minuciosa dos laudos cadavéricos e fichas hospitalares dos jovens.
A operação policial no baile funk em Paraisópolis, conhecida como Massacre de Paraisópolis, resultou na morte de nove pessoas por asfixia mecânica. A biomédica Ana Paula de Souza Velloso afirmou que sua conclusão se baseou nos dados encontrados nos laudos cadavéricos e nas fichas hospitalares dos jovens vítimas. Aprofundando ainda mais nas investigações, o depoimento da profissional tem grande relevância para o andamento do caso.
Laudo Cadavérico aponta Asfixia Mecânica em Vítimas do Massacre de Paraisópolis
Segundo a especialista, as vítimas apresentaram escoriações, ‘lesões superficiais, equimoses (o famoso roxão), que indicam a ocorrência de asfixia mecânica. Ana Paula acrescentou que uma das vítimas também sofreu lesão na medula nervosa, juntamente com manifestação de asfixia.
Reivindicações de Suporte de Vida não Foram Atendidas na Operação Policial em Paraisópolis
‘Entendo que devia ter sido feita uma análise para se avaliar em que nível de consciência e situação as vítimas estavam e iniciado o suporte de vida’, defendeu Ana Paula, sobre a conduta dos policiais diante do tumulto que se formou no Baile da DZ7.
Uso de Substâncias como Gás de Pimenta Contribui para Complicações Respiratórias
A biomédica e pesquisadora esclareceu que substâncias como o gás de pimenta, amplamente usados pela polícia, podem desencadear piora nos quadros respiratórios já fragilizados. ‘Muitos países proíbem essas substâncias na contenção ou dispersão de multidões. Elas podem criar processos alérgicos‘, explicou.
Debates Sobre as Mortes no Baile da DZ7 Levantam Controvérsias
A defesa dos policiais sugeriu que os jovens teriam entrado em coma alcoólico e que as mortes tiveram relação com o uso da mistura entre álcool e drogas ilícitas, como a cocaína.
Indícios de Asfixia e Falhas na Atuação Policial em Paraisópolis
Em dezembro de 2019, uma ação da Polícia Militar em um baile funk na comunidade de Paraisópolis, zona sul paulistana, resultou na morte de nove jovens. Os policiais que participaram da operação afirmam que as mortes foram causadas por pisoteamento, resultado da confusão instaurada no local.
Legitimidade e Cronologia dos Fatos em Questão no Massacre de Paraisópolis
A coordenadora da equipe do Caaf que ficou responsável pelo caso, a doutora em antropologia social Desirée Azevedo, depôs logo em seguida à colega. Ela dimensionou o total de materiais audiovisuais que os especialistas do centro de pesquisa analisaram, todos produzidos no perímetro dos crimes.
Fonte: © R7 Rádio e Televisão Record S.A
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