Terapia de estimulação do nervo vago, incorporada há 5 anos, ainda é inacessível. O Ministério enfrenta entraves financeiros e acha que a neuromodulação com impulso elétrico pode ter benefícios amplos, reconhecida para crises epilépticas.
O Ministério da Saúde havia prometido incluir a terapia de estimulação do nervo vago no SUS em 2019, mas a epilepsia ainda aguarda essa inclusão.
A epilepsia refratária persiste em muitos casos devido à falta de acesso a tratamentos eficazes, como a terapia de estimulação do nervo vago, que poderia aliviar os sintomas das crises epilépticas frequentes e intensas em pessoas com epilepsia. A epilepsia pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade, e a inclusão da VNS no SUS poderia ser um grande passo em direção a uma melhor qualidade de vida para essas pessoas.
Desafios na Implementação da Terapia de Estimulação do Nervo Vago no Brasil
A epilepsia refratária, condição em que as crises epilépticas não são controladas por medicamentos adequados, afeta milhares de pessoas no Brasil. Apesar da terapia de estimulação do nervo vago (VNS) ser uma tecnologia de neuromodulação reconhecida mundialmente, sua implementação no país enfrenta desafios significativos. Desde 2000, a terapia é aprovada no Brasil para uso clínico, mas apenas em 2018 foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
A VNS é uma tecnologia que funciona como um ‘marca-passo cerebral’, enviando impulsos elétricos ao nervo vago para ajudar a controlar crises epilépticas. Além de reduzir a frequência e a intensidade das crises, a VNS traz benefícios amplos que vão além do controle imediato dos sintomas. Estudos mostram que o tratamento pode diminuir internações hospitalares em até 50% e reduzir visitas ao pronto-socorro em 75%. A terapia também melhora a cognição, o comportamento e o desenvolvimento social, especialmente em crianças.
No entanto, a implementação da VNS no SUS enfrenta desafios administrativos e financeiros. Segundo a Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), o processo de incorporação sofreu com mudanças de governo desde 2018, o que resultou na necessidade de reiniciar negociações a cada troca de gestão. ‘Pacientes estão sendo obrigados a lutar na Justiça por um tratamento que já deveria estar disponível.Isso não só desrespeita o direito à saúde, mas também todos os especialistas que participaram da avaliação da terapia para sua incorporação’, critica Maria Alice Mello Susemihl, presidente da ABE.
A judicialização do tratamento tem consequências financeiras significativas para o SUS. De acordo com a ABE, o custo de judicializar o acesso ao VNS é maior do que o que seria necessário para implementar o tratamento de forma ampla, com negociação direta de valores com o fabricante. Enquanto isso, o SUS continua arcando com os custos indiretos das internações e dos atendimentos emergenciais que poderiam ser evitados com o controle adequado das crises.
A epilepsia refratária é uma condição crônica que afeta a qualidade de vida de muitas pessoas. A falta de acesso a tratamentos eficazes como a VNS pode ter consequências graves para pacientes e suas famílias. A implementação da VNS no SUS é fundamental para garantir o acesso a uma terapia eficaz e reduzir a carga financeira e emocional da epilepsia refratária.
Benefícios da Terapia de Estimulação do Nervo Vago
A terapia de estimulação do nervo vago (VNS) é uma tecnologia de neuromodulação reconhecida mundialmente que oferece benefícios amplos para pacientes com epilepsia refratária. Além de reduzir a frequência e a intensidade das crises epilépticas, a VNS melhora a cognição, o comportamento e o desenvolvimento social, especialmente em crianças.
Estudos mostram que o tratamento pode diminuir internações hospitalares em até 50% e reduzir visitas ao pronto-socorro em 75%. A VNS também pode reduzir a necessidade de medicamentos anticonvulsivantes e os custos associados a eles. Além disso, a terapia não apresenta interações com outros medicamentos, facilitando seu uso como complemento aos tratamentos existentes.
A VNS é uma opção terapêutica reconhecida pela comunidade médica e é utilizada em muitos países ao redor do mundo. No entanto, sua implementação no Brasil enfrenta desafios administrativos e financeiros. A ABE e outros especialistas estão trabalhando para garantir o acesso a essa terapia eficaz para pacientes com epilepsia refratária.
Desafios Administrativos e Financeiros
A implementação da terapia de estimulação do nervo vago (VNS) no Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta desafios administrativos e financeiros significativos. Segundo a Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), o processo de incorporação sofreu com mudanças de governo desde 2018, o que resultou na necessidade de reiniciar negociações a cada troca de gestão.
‘Pacientes estão sendo obrigados a lutar na Justiça por um tratamento que já deveria estar disponível.Isso não só desrespeita o direito à saúde, mas também todos os especialistas que participaram da avaliação da terapia para sua incorporação’, critica Maria Alice Mello Susemihl, presidente da ABE.
A judicialização do tratamento tem consequências financeiras significativas para o SUS. De acordo com a ABE, o custo de judicializar o acesso ao VNS é maior do que o que seria necessário para implementar o tratamento de forma ampla, com negociação direta de valores com o fabricante. Enquanto isso, o SUS continua arcando com os custos indiretos das internações e dos atendimentos emergenciais que poderiam ser evitados com o controle adequado das crises.
A falta de acesso a tratamentos eficazes como a VNS pode ter consequências graves para pacientes e suas famílias. A implementação da VNS no SUS é fundamental para garantir o acesso a uma terapia eficaz e reduzir a carga financeira e emocional da epilepsia refratária.
Impactos para Pacientes e Famílias
A epilepsia refratária é uma condição crônica que afeta a qualidade de vida de muitas pessoas. A falta de acesso a tratamentos eficazes como a terapia de estimulação do nervo vago (VNS) pode ter consequências graves para pacientes e suas famílias.
A ABE relata que muitas pessoas com epilepsia refratária enfrentam dificuldades emocionais e sociais devido à falta de controle das crises. Além disso, a condição crônica pode afetar a capacidade de trabalho e o rendimento, levando a consequências financeiras para as famílias.
A implementação da VNS no SUS é fundamental para garantir o acesso a uma terapia eficaz e reduzir a carga financeira e emocional da epilepsia refratária. A terapia pode melhorar a qualidade de vida de pacientes e suas famílias, reduzir a necessidade de internações e atendimentos emergenciais, e promover uma vida mais independente e produtiva.
A ABE e outros especialistas estão trabalhando para garantir o acesso a essa terapia eficaz para pacientes com epilepsia refratária. É fundamental que o SUS priorize a implementação da VNS para garantir o acesso a uma terapia eficaz e reduzir a carga financeira e emocional da epilepsia refratária.
Fonte: @ Veja Abril
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